“Estamos ocupando a tela com nossa cara preta”, diz Tia Má em Tiradentes

A baiana Maíra Azevedo, a Tia Má, posa em Minas Gerais, onde é uma das estrelas do filme Até o Fim na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes: “Ocupando o espaço da tela com a nossa cara preta”, diz ela – Foto: Netun Lima/Divulgação – Blog do @miguel.arcanjo UOL

Maíra Azevedo, a Tia Má, anda com um sorriso farto pelas ruas de pedras de Tiradentes, Minas Gerais. Ruas estas construídas há mais de 300 anos por negros escravizados. Ela participa da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes pela primeira vez. A conselheira amorosa do programa da Globo “Encontro com Fátima Bernardes” estreia como atriz no elenco do longa “Até o Fim, dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa, presente na programação do festival que abre o calendário cinematográfico nacional.

“Faço parte de um filme que reúne quatro mulheres negras, sendo três da minha família. A gente sabe que um corpo de mulher preta nunca é um corpo de mulher preta sozinho. Representamos milhares de outras mulheres pretas que nunca tiveram a oportunidade de estar em um espaço como esse. Estamos aqui fazendo cinema, ocupando o espaço da tela com a nossa cara preta, em um local de protagonismo que pra gente tem sido cada vez mais uma conquista, mas ainda é, aos olhos das outras pessoas, uma grande novidade”, diz.

E emenda um elogio à cidade histórica mineira, que a faz lembrar, de certo modo, o casario colonial do Pelourinho, no centro histórico de sua cidade, Salvador da Bahia. “Tiradentes é linda. A gente tem a sensação de estar em um estúdio de gravação. É uma honra e privilégio muito grande estar na Mostra, um espaço tão consagrado e respeitado”, conclui.

Maíra Azevedo, a Tia Má, estreia como atriz no filme Até o Fim na 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes – Foto: Netun Lima/Divulgação – Blog do @miguel.arcanjo UOL

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