Com Flávio Tolezani, Carmen chega ao Rio para combater machismo doentio

Natalia Gonsales e Flávio Tolezani estão em Carmen: temporada carioca no Teatro Poeira – Foto: Ronaldo Gutierrez – Divulgação – Blog do Arcanjo – UOL

Após cativarem o público paulistano em três temporadas de sucesso, chega a hora de o casal de atores Flávio Tolezani e Natalia Gonsales conquistar os cariocas com “Carmen”.

Ao lado de Vitor Vieira, eles fazem temporada no Teatro Poeira (r. São João Batista, 104), em Botafogo, zona sul do Rio, entre 13 de setembro e 28 de outubro.

Com entrada a R$ 60 a inteira e R$ 30 a meia, as sessões são às quintas, sextas e sábados, às 21h00; e aos domingos, às 19h.

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Tolezani, que completou em maio 40 anos, é conhecido do grande público por personagens marcantes em novelas da Globo, como o Roy, de “Verdades Secretas”, ou o delegado pedófilo Vinicius, mais recentemente em “O Outro Lado do Paraíso”.

Ao lado da mulher, ele convidou Nelson Baskerville, consagrado por peças como “Luis Antonio Gabriela”, para dirigi-los no teatro.

Baskerville fala ao Blog do Arcanjo no UOL da importância de “Carmen”: “O texto surgiu como romance em 1845 e já foi filme, ópera e novela nas mãos de grandes mestres. Um clássico”.

Mas a peça com dramaturgia de Luíz Farina a partir da obra de Mérimée traz novos elementos, como a dança flamenca, pitadas da cultura cigana e da tauromaquia, a lendária prática espanhola de tourear.

Natalia Gonsales e Flávio Tolezani contracenam em Carmen: temporada no Rio no Teatro Poeira após sucesso em SP – Foto: Ronaldo Gutierrez – Divulgação – Blog do Arcanjo – UOL

Machismo doentio

E lembra uma discussão importante e atual presente na montagem.

“O ponto de vista que nos interessa é o de Carmen, a mulher assassinada, dentro de uma sociedade que pouco mudou de comportamento ao longo dos séculos, que aceitou brandamente crimes famosos cometidos contra mulheres como os de Doca Street, Lindomar Castilho e mais recentemente de Bruno, o goleiro”, fala Baskerville.

O diretor prossegue: “Crimes muitas vezes justificados pela população pelo comportamento lascivo das vítimas, como se isso não fosse aceito em situações invertidas relativas ao comportamento masculino. O homem pode. A mulher não”, discursa.

“Nessa encenação, Carmen morre não porque seu comportamento justifique qualquer tipo de punição, mas porque José é um homem, como tanto outros, doente como a sociedade que o criou”, conclui.

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Flávio Tolezani, Natalia Gonsales e Vitor Vieira em cena de Carmen: curta temporada no Teatro Poeira, no Rio – Foto: Ronaldo Gutierrez – Divulgação – Blog do Arcanjo – UOL

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