Débora Bergamasco conquista respeito de Silvio Santos e faz sucesso na TV

Respeitada por Silvio Santos, a jornalista Débora Bergamasco comanda o Poder em Foco, domingo, à meia-noite, no SBT, e conquista a audiência, chegando perto da média de 5 pontos mesmo no difícil horário – Foto: Lourival Ribeiro/SBT – Blog do Arcanjo – UOL

A jornalista Débora Bergamasco conquistou um dos postos mais nobres do jornalismo televisivo brasileiro, isso fruto da admiração e do respeito que Silvio Santos tem por seu trabalho.

Desde 6 de maio, ala apresenta, logo após o “Programa Silvio Santos”, à meia noite do domingo, a sua atração semanal de entrevistas, “Poder em Foco”. Mesmo em um horário difícil, o programa é sucesso de audiência e costuma encostar nos 5 pontos de média.

Como o nome diz, Débora esquadrinha na atração o pensamento de nomes poderosos no jogo político brasileiro.

Paulista natural de Assis, onde deu os primeiros passos na comunicação em uma TV local, ela é jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina com formação complementar na Universidade de Nova York.

Fez carreira brilhante como repórter de jornal em São Paulo, onde atuou ao lado das duas principais colunistas da cidade, Mônica Bergamo, na Folha, e Sonia Racy, no Estadão.

Depois, mudou-se para Brasília, onde foi repórter da sucursal do Estadão, chefiou também a sucursal da IstoÉ, onde assinou ainda a coluna Brasil Confidencial, e depois trabalhou na revista Época até sua contratação pela emissora de Silvio Santos.

Nesta entrevista exclusiva ao Blog do Arcanjo no UOL, Débora Bergamasco fala da satisfação com o momento atual, defende a pluralidade de ideias em seu programa como contribuição fundamental à democracia, revela sua paixão por Brasília e ainda confessa que treme nas bases ao ouvir Silvio Santos chamar o seu “Poder em Foco” ao fim do “Programa Silvio Santos”.

Leia com toda a calma do mundo.

Miguel Arcanjo Prado – Como está sendo para você a transição do jornalismo impresso para a televisão?
Débora Bergamasco — O  Poder em Foco é um programa de entrevistas e esta é, sem dúvida, a parte que mais amo fazer, empatado com escrever. Então, a preparação que fazia para entrevistar alguém para o jornal ou para a revista segue o mesmo processo do que para a TV: leio tudo sobre o entrevistado, sobre o tema a ser abordado e converso com fontes que me ajudam com informações de bastidores e provocações que eu possa fazer para o convidado. Então, em relação ao impresso, isso não mudou. Mas a transição para a TV envolve preparação de voz, postura corporal, contando com a ajuda da fonoaudióloga maravilhosa Camila Mercatelli. São algumas tecnicidades que estou aprendendo. Ah, e tem o terrível desafio de deixar o cabelo no lugar certo o que, em uma entrevista para o jornalismo impresso, sem dúvida nunca foi uma preocupação.

Miguel Arcanjo Prado – Você trabalhou como repórter das duas principais colunas sociais do país, de Mônica Bergamo e Sonia Racy. O que aprendeu nessa época?
Débora Bergamasco — Trabalhar em coluna é tipo prova de resistência do líder, no BBB. Você aprende a não arredar o pé de uma portaria, faça chuva, sol ou sereno. Jamais ir embora antes de a notícia acabar. Brincadeiras à parte, digo isso porque as melhores histórias que apurei em coluna foram em festas intermináveis em que toda imprensa já tinha ido embora e eu estava lá, esperando o último colunável ir para casa. As colunas das brilhantes Mônica Bergamo e Sonia Racy são diferentes do colunismo social tradicional — que eu respeito muito, inclusive. As colunas delas abordam o poder: seja em política, em economia, no teatro, na televisão, no futebol. O resultado de seis anos que passei nas duas colunas foi de estar sempre preparada para abordar qualquer um desses temas. Às vezes todos eles no mesmo evento. É treinamento de olhar e de leitura. Muita leitura.

Miguel Arcanjo Prado – Qual foi o lado mais difícil da mudança de São Paulo para Brasília?
Débora Bergamasco — Honestamente, não foi difícil. Eu morei oito anos em São Paulo, capital que eu amo e onde tenho grandes amigos. Mas também não sou natural de São Paulo. Sou de Assis, interior de São Paulo, também morei em Londrina, no Paraná, em Nova York, então, acho que tenho uma capacidade grande de me adaptar a um lugar novo. Adoro Brasília: o lago Paranoá, o pouco trânsito, os ipês, as árvores frutíferas e a proximidade com as fontes, que só Brasília proporciona.

Débora Bergamasco: entrevistas jornalísticas fazem sucesso nas noites de domingo no SBT em seu Poder em Foco – Foto: Gabriel Cardoso/SBT – Blog do Arcanjo – UOL

Miguel Arcanjo Prado – O que é mais desafiante para você nesta nova fase?
Débora Bergamasco — O desafio é fazer um programa que seja relevante e interessante ao mesmo tempo. Mas a equipe é de altíssimo nível e vem garantindo essa equação. Estou com o diretor Carlos Nunes, um dínamo, e com as produtoras Ana Aquino, Ariane Ueda e Natália Vieira, que são três azougues. Tudo com a supervisão do José Occhiuso, da Cilene Frias e do Rodrigo Hornhardt. O jornalismo do SBT está vivendo uma ótima fase, tanto com o SBT Brasil quanto com o SBT Notícias e acho que o Poder Em Foco vem completar o cardápio jornalístico da emissora com esse formato, que é novo na casa.

Miguel Arcanjo Prado – Como é viver na ponte aérea pra gravar o programa?
Débora Bergamasco — Estou morando em Brasília e viajo toda semana para São Paulo, onde o programa é gravado. Está sendo ótimo para mim em termos profissionais e pessoais também. Veja só um exemplo: eu passo a semana em contato pessoal com as fontes em Brasília. Diferentemente de São Paulo, que tem muito trânsito e é imensa, na capital federal é possível você tomar café da manhã com uma fonte, almoçar com outra, ter audiências à tarde e ainda assistir a uma sessão legislativa no Congresso Nacional à noite. Isso é muito rico em termos de informação. E a ponte aérea em si, para mim, é um sossego. O avião nem decolou eu já estou cochilando. Fecho os olhos em Brasília e abro em São Paulo. E vice-versa.

Miguel Arcanjo Prado – O que morar em Brasília mudou em você? Quais lugares da capital federal você mais gosta?
Débora Bergamasco — É outro mundo. As fontes são mais acessíveis, sendo tudo muito profissional. Ao contrário de muitos (não todos) empresários, os políticos e os juristas, em sua maioria, não se esquivam de imprensa. Foi uma revelação isso para mim. Gosto da beira do lago Paranoá, especialmente durante o pôr do sol. Parece meio clichê, né? Mas quem não conhece, recomendo ver que vai conseguir me entender. Juro que eu adoro o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Acho os prédios lindos, com uma arquitetura que consegue ser extremamente elegante na simplicidade dos traços. Sem contar que são forrados de obras de arte: Portinari, Di Cavalcanti, Athos Bulcão…

Débora Bergamasco no comando do programa de entrevistas Poder em Foco, no SBT: ela afirma construir uma atração plural em ideias – Foto: Gabriel Cardoso/SBT – Blog do Arcanjo – UOL

Miguel Arcanjo Prado – Você pretende que seu programa seja um espaço plural para as ideias e partidos? Por quê?
Débora Bergamasco — Exatamente isso. Porque a sociedade é plural em suas ideias e porque isso é democrático. Do que adianta você ficar “pregando para convertidos”? Eu acho que a pessoa se enriquece culturalmente e evolui como humano quando para para ouvir algo que não sabia, ou que nunca tinha pensado antes. Pelo menos é o que eu tento adotar em minha vida.

Miguel Arcanjo Prado – Você está em um lugar nobre da TV, logo após o Programa Silvio Santos, lugar já ocupado por Marília Gabriela. Como é substituí-la nesta faixa horária?
Débora Bergamasco — Marília Gabriela é insubstituível, né? Mas antes da estreia do Poder em Foco, estava na grade o Quem Não Viu Vai Ver. São dois os fatos que mais gosto em estar neste horário: um é que o telespectador já começa a semana bem informado no tema que a gente apresenta; e o outro — e aí confesso, é uma curtição de fã — é ver o Silvio Santos falando o nome “Poder em Foco”.

Miguel Arcanjo Prado – Você aceitaria um convite para apresentar um telejornal ou prefere se manter em entrevistas?
Débora Bergamasco — Poxa, Miguel, estou tão feliz nesse programa. Não me tire daqui, não, vai?

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