Prêmio Leda Maria Martins foca na produção cênica negra em BH

Leda Maria Martins, que dá nome ao primeiro prêmio das artes cênicas negras em BH – Foto: Pablo Bernardo/Divulgação

A cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, ganha um troféu especializado para a sua produção cênica negra. Trata-se do Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte.

A entregada da primeira edição é nesta quarta (6), às 18h, no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), (r. da Bahia, 1600), na capital mineira . A atividade integra o programa BDMG Pró-Equidade, encerrando a programação “Relações Raciais” da instituição.

“As produções de artes cênicas negras costuma ser marginalizadas, assim como a própria população negra também o é. Então, a perspectiva é trazer para o centro das discussões e da cena as produções e os fazedores das artes cênicas negras. Junto a isso também apresentando conceitos da identidade cultural negra”, afirma o ator e produtor cultural Denilson Tourinho, coordenador do Prêmio Leda Maria Martins.

Denilson explica que para esta primeira edição do prêmio foi feita uma catalogação da produção cênica negra belo-horizontina ao longo da história, que será apresentada na cerimônia. “É um registro histórico”, afirma, revelando que foram catalogadas 143 montagens com registro documental.

Denilson Tourinho, coordenador do Prêmio Leda Maria Martins – Foto: Lucas Bois/Divulgação

O júri do Prêmio Leda Maria Martins é formado por especialistas negros, como jornalistas, críticos de artes, produtores, curadores e artistas.

Figura respeitada do pensamento cênico negro

O nome do novo prêmio para o teatro, a dança e a performance negra é uma homenagem a Leda Maria Martins, 62 anos, professora da Faculdade de Letras da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A carioca radicada em Minas é pesquisadora do teatro negro brasileiro e norte-americano, além de comandar a Diretoria de Ação Cultural da universidade mineira.

A pesquisadora e professora Leda Maria Martins: figura histórica do estudo do teatro negro brasileiro – Foto: Pablo Bernardo/Divulgação

Leda ainda é poeta, dramaturga e ocupa o posto de Rainha de Nossa Senhora das Mercês da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá. Ela formou-se em Letras na UFMG em 1977. Depois, fez mestrado na Indiana University, com a dissertação “O Moderno Teatro de Qorpo Santo”, finalizado em 1981.

De volta à UFMG, em 1991 defendeu a tese de doutorado intitulada “A Cena em Sombras: Expressões do Teatro Negro no Brasil e nos EUA”. Ela ainda fez três pós-doutorados: por duas vezes na New York University e um na Universidade Federal Fluminense.

Cena de “Abena”, da Cia. Bando, que concorre ao Prêmio Leda Maria Martins – Foto: Divulgação

Segundo a organização do prêmio, a cada edição haverá um “tema norteador”. O deste ano é “Afeto Emancipatório”. A premiação concede o troféu sempre para as montagens, em dez diferentes categorias. Veja quais são, abaixo.

Encruzilhada (direção)
Muriquinho (infanto-juvenil),
Oralitura (texto, trilha sonora)
Corpo Adereço (dança)
Performance do Tempo Espiralar (performance)
Lugar da Memória (cena Curta)
Afrografias (atuação)
Cena em Sombras (cenário, figurino, luz)
Palco Negro (espetáculo longa duração)
Ancestralidade (personalidade, homenagem, revelação)

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Cena de “Pai contra Mãe” da Cia. Fusion, que concorre ao Prêmio Leda Maria Martins: produção cênica negra em foco – Foto: Divulgação

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