Público vive transe no Festival Internacional de Danças Urbanas do Rio

Espetáculo “Sillons” foi um dos destaques da abertura do festival – Foto: Divulgação

Por ÁTILA MORENO
Especial do Rio*

A capital fluminense deu lugar, nesta terça (13), à estreia do Rio H2K – Festival Internacional de Danças Urbanas, no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio.

Na noite de abertura, o clássico, o moderno, o contemporâneo, o popular e o urbano se entrelaçaram no mesmo palco. Tudo a ver com o oponente teatro que está localizado na Praça Tiradentes, região que já chegou a ser comparada à Broadway em décadas passadas, e que é um dos locais a receber o evento.

O primeiro a performar foi o dançarino de street dance Lil Buck, acompanhado do músico uruguaio Facundo Estefanel, para apresentar “The Swan”. Ao som de um violoncelo, o americano mostrou que não há limites para os movimentos dos músculos e do corpo em uma exuberante coreografia pra lá de contorcionista.

A irreverência de Buck tem um pouco de ligação com que já se viu do trabalho dele na turnê “MDNA World Tour”, da Madonna, e no show “Michael Jackson: The Immortal World Tour”, do Cirque du Soleil.

E é, também, um desdobramento de “The Dying Swan”, ao lado do violoncelista Yo–Yo Ma, em 2011, que chegou a ser gravado pelo cineasta Spike Jonze e está disponível no YouTube.

“Sillons” traz seis homens com diferentes estilos de dança – Foto: Divulgação


Minutos depois chegou a vez dos inacreditáveis dançarinos do grupo Cie Zahrbat, com a participação do próprio coreógrafo Brahim Bouchelaghem.

“Sillons” traz seis homens, cada um com estilo de dança peculiar, apresentando suas reinvenções no hip hop e na dança contemporânea.“Sulcos”, na tradução do francês, usa o espaço como maior elemento cênico destemido. É “um eco do próprio corpo em movimento”, conforme definição no site do coreógrafo francês.

Ao abrir fendas no ar, com gestos e movimentos, os bailarinos se unem e se separam num universo caótico e irregular.  É um danado acerto que galga imperfeições do mundo contemporâneo: ansiedade, medo, pressa, pânico e distanciamento.

A performance deixou a plateia atônita. Também pudera. O espetáculo, criado em 2014, é a junção enigmática de resistência, criatividade e com possíveis referências à cultura pop, como filmes “O Chamado”, “O Grito”, “Um Corpo que Cai” e “A Origem”.

Reflexões à parte, no final, coube a Bouchelaghem coordenar a própria plateia numa coreografia coletiva a la Era Disco dos anos 70.

E para quem não quer ficar parado, além de outros espetáculos, a programação do festival oferece workshops e batalhas de dança. Tem pra todo tipo de público e idade e vai até domingo.

Rio H2K

De 13 a 18 de junho de 2017

Programação: www.rioh2k.com.br 

*ÁTILA MORENO é jornalista formado pelo UNI-BH e tem pós-graduação em Produção e Crítica Cultural pela PUC Minas. Ele colabora com o site cobrindo a cena cultural do Rio, onde vive.

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