Saiba quem foi destaque na cultura em 2016

Sonia Braga, em "Aquarius", o filme de 2016 - Foto: Divulgação

Sonia Braga, em “Aquarius”, o filme de 2016 – Foto: Divulgação

O turvo ano de 2016 foi de cultura resistente por todo o país — o Ministério da Cultura chegou a ser extinto e, depois, reinstituído, graças à pressão da classe artística. O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado faz sua lista dos destaques durante o ano na área cultural.

CINEMA

“Aquarius” 
Em “Aquarius”, Sonia Braga ressurgiu magnífica no longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho que discutiu problemas profundos do Brasil a partir da resistência de sua protagonista em deixar seu lar diante da força da grana que ergue e destrói coisas belas.

Andradina Azevedo e Dida Andrade em "A Bruta Flor do Querer" - Foto: Divulgação

Andradina Azevedo e Dida Andrade em “A Bruta Flor do Querer” – Foto: Divulgação

“A Bruta Flor do Querer”
Em “A Bruta Flor do Querer”, os jovens cineastas paulistanos Andradina Azevedo e Dida Andrade mostraram que a poesia não morreu em nosso cinema, abordando os dilemas de um rapaz de 20 e poucos anos em uma caótica São Paulo, mais uma vez, aprisionado pela grana, no caso, a falta dela.

Dellani Lima se destacou no cinema independente - Foto: Aline Arruda

Dellani Lima se destacou no cinema independente – Foto: Aline Arruda

Dellani Lima
Dellani Lima, tal qual um Godard dos trópicos, chamou a atenção na cena independente do cinema brasileiro com um olhar poético para a simplicidade dos problemas complexos da vida.

Helena Ignez fez de "Ralé" a poesia na qual acredita - Foto: Leo Lara/Universo Produção

Helena Ignez fez de “Ralé” a poesia na qual acredita – Foto: Leo Lara/Universo Produção

Helena Ignez
Com seu “Ralé”, Helena Ignez fez a festa com seus amigos em um sítio pós-hippie, mostrando que a contracultura está mais viva do que nunca nestes anos turbulentos. E que ela segue firme e com tudo em nosso cinema que teimam em chamar de marginal.

MÚSICA

Capa do disco "Ó", de Juliana Perdigão - Foto: Divulgação

Capa do disco “Ó”, de Juliana Perdigão – Foto: Divulgação

Disco “Ó”, de Juliana Perdigão
Juliana Perdigão demonstrou maturidade musical em seu segundo disco. A mineira radicada em São Paulo deglutiu antropofagicamente as experiências como musicista do Teat(r)o Oficina e o diálogo com os músicos da Pauliceia, sem perder de vista as referências musicais de BH, onde começou a carreira tocando em grupos como Graveola e o Lixo Polifônico. O resultado de tanta mistura foi um disco repleto de boas surpresas, como sua versão para “Aeiuo”, parceria com Zé Celso e Fela Kuti.

A cantora Elza Soares: cada vez mais aguerrida - Foto: Divulgação

A cantora Elza Soares: cada vez mais aguerrida – Foto: Divulgação

Elza Soares
A voz rouca e charmosa nunca esteve tão politizada e aguerrida. Elza Soares está mais potente a cada dia e, neste conturbado ano político, demonstrou que seu canto é emblema de resistência da mulher negra neste Brasil de machos brancos que tudo querem dominar.

Marcelo Veronez: música e corpo sem limites - Foto: Filipe Galgani

Marcelo Veronez: música e corpo sem limites – Foto: Filipe Galgani

Marcelo Veronez
O jovem cantor mineiro fez aclamados shows ao longo do ano, como o inesquecível durante a CineOP, o festival de cinema de Ouro Preto-MG. Questionando gêneros e com libido à flor da pele, Veronez conquista cada um que está diante dele, com sua voz potente e seu corpo presente. Afinal, como canta outro cantor mineiro, Gustavito, “revolução começa no corpo de quem se liberta”.

LIVRO

Rita Lee, na foto de sua autobiografia: escrita rock'n'roll - Foto: Divulgação

Rita Lee, na foto de sua autobiografia: escrita rock’n’roll – Foto: Divulgação

“Rita Lee, Uma Biografia”, de Rita Lee
Com um estilo direto, jovem e pop, Rita Lee, agora com cabelos brancos, resolveu passar sua vida a limpo em uma autobiografia longe do politicamente correto, revelando sua visão ácida sobre boa parte do showbiz nacional e internacional. A cantora e rainha do rock brasileiro mostra na obra o porquê de ser merecedora de tal título: Rita Lee é coerente com o que foi, com o que é e com o que será. Fez uma biografia roqueira e sincera, doa a quem doer. Mais rock’n’roll impossível.

DANÇA

Cena poética de "Dança Sinfônica": Corpo quarentão e barroco - Foto: José Luiz Pederneiras

Cena poética de “Dança Sinfônica”: Corpo quarentão e barroco – Foto: José Luiz Pederneiras

“Dança Sinfônica”, do Grupo Corpo
Quarentão, o Grupo Corpo, de Belo Horizonte, mostra nesta pulsante e solene coreografia por que é o mais aclamado grupo de dança do Brasil em todo o mundo. A trilha de Marco Antônio Guimarães promove o encontro do grupo percussivo Uakti com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais para embasar uma dança de peso barroco de Rodrigo Pederneiras.

RÁDIO

Tutti Maravilha no comando do "Bazar Maravilha", na Inconfidência - Foto: Divulgação

Tutti Maravilha no comando do “Bazar Maravilha”, na Inconfidência – Foto: Divulgação

“Bazar Maravilha” com Tutti Maravilha na Rádio Inconfidência
As tardes em Belo Horizonte fazem todo o sentido do mundo quando se ouve o “Bazar Maravilha”, programa apresentado pelo comunicador Tutti Maravilha, um dos nomes mais queridos da cultura na capital mineira. Sempre boa praça, Tutti toca o melhor da MPB e ainda distribui brindes culturais aos ouvintes que telefonam e batem aquele papo com ele. Seu programa é carro-chefe da programação da Rádio Inconfidência FM, uma das mais tradicionais emissoras mineiras, agora sob direção artística de Elias Santos, que tornou a programação mais dinâmica sem perder a tradição de cultura, jornalismo e prestação de serviço que fazem da Inconfidência uma rádio tão querida pelos mineiros. E brasileiríssima.

Conheça os melhores do teatro em 2016

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