“Já estive no segundo escalão da fama”, diz Alexandre Nero

Alexandre Nero discute a fama em espetáculo - Foto: Divulgação

Alexandre Nero discute a fama em espetáculo – Foto: Priscila Prade/Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

O ator curitibano Alexandre Nero encontra suas raízes mineiras neste fim de semana, quando apresenta sua peça “O Grande Sucesso” no Cine Theatro Brasil Vallourec (av. Amazonas, 315), em Belo Horizonte, neste sábado (3), 20h, e domingo (4), 19h. A peça encerra o ano do projeto Teatro em Movimento, que levou grandes espetáculos à capital mineira, e tem apoio do VivoEncena. O ingresso varia de R$ 25 a R$ 70.

Na montagem, que rodou o Brasil, ele está ao lado dos colegas Carol Panesi, Edith Carmargo, Fernanda Fuchs, Fabio Cardoso, Eliezer Vander Brock, Marco Bravo e Rafael Camargo. A obra mostra um grupo de artistas coadjuvantes que estão na coxia de um teatro esperando sua vez de entrar em cena. A partir daí, o texto discute o que é sucesso e o que é fracasso.

Em entrevista exclusiva ao Blog do Arcanjo do UOL, Alexandre Nero, alçado ao posto de galã nacional da TV, comenta como enxerga o furacão da fama que tomou sua vida, além de revelar detalhes de sua trajetória e projetos futuros. Leia com toda a calma do mundo.

Miguel Arcanjo Prado — Você passou por muitos fracassos antes de atingir o sucesso profissional? Foi difícil conseguir o reconhecimento de seu talento?
Alexandre Nero — Os fracassos são necessários, todas as pessoas erram muito mais do que acertam. A peça fala um pouco sobre da minha experiência e as experiências de todo elenco e equipe, porque todos nós somos artistas. Alguns estão nesse chamado “segundo escalão”, lugar onde eu já estive e poderei estar novamente, porque esse vai-e-vem faz parte da profissão da gente. Não espero reconhecimento e não sou de criar expectativas. Vou trabalhando, vou arriscando, mesmo que fracasse. Não faço nada pensando se esse ou aquele projeto vai ser bem sucedido. Antes de qualquer coisa, eu preciso gostar, mas se os outros também gostarem, melhor ainda.

Miguel Arcanjo Prado — O que mais mudou na sua vida após o sucesso na TV? Do que você mais sente falta da época em que não era famoso?
Alexandre Nero —As pessoas confundem muito sucesso com fama. Eu sempre me senti um sucesso, sempre fiz coisas que eu gostava e sempre vivi dignamente do meu trabalho. Acontece que quando você vai para a TV, em horário nobre, as pessoas te colocam em lugar quase sagrado, mas é tudo ilusório. Hoje é galã e amanhã volta ao chamado “segundo escalão”, na visão dessas pessoas. O mais chato de ser uma pessoa conhecida é a invasão da privacidade que ela traz, por um tipo de imprensa interessada em publicar qualquer coisa por um clique.

Elenco do espetáculo "O Grande Sucesso": sessões em BH - Foto: Divulgação

Elenco do espetáculo “O Grande Sucesso”: sessões em BH – Foto: Priscila Prade/Divulgação

Miguel Arcanjo Prado — Você começou no teatro curitibano. Quem de lá ainda faz parte da sua vida?
Alexandre Nero — Muita gente. A minha experiência no teatro em Curitiba começou no Teatro Lala Schneider. Trabalhei com o João Luiz Fiani e depois com a Regina Vogue, Edson Bueno, Enéas Lour, Diego Fortes, Nadja Naira, muita gente da minha geração. Os poetas da cidade, o Grupo Fato, a família Vogue, Rafael Camargo e o Mario Schoemberger também  foram determinantes no que faço e do jeito que faço hoje.

Miguel Arcanjo Prado — Qual importância o Festival de Curitiba teve na sua história e tem no teatro brasileiro? Você ainda o frequenta?
Alexandre Nero — O Festival de Curitiba foi uma grande referência para o teatro brasileiro e pra mim foi muito importante. Foi a partir dali que eu fui chamado para fazer os meus primeiros trabalhos  e também a partir dali que eu vim morar no Rio. Não tenho conseguido estar em Curitiba em função das gravações, mas tenho muita vontade de voltar lá porque eu adoro o clima, não só da parte pensante do teatro, mas também da parte festiva também.

Nascido em Curitiba, Alexandre Nero passou infância em Minas - Foto: Divulgação

Nascido em Curitiba, Alexandre Nero passou infância em Minas – Foto: Priscila Prade/Divulgação

Miguel Arcanjo Prado — Você agora se apresenta em BH. Tem alguma história especial com Minas Gerais? Conte pra gente.
Alexandre Nero — Minha vida toda é ligada a Minas Gerais. Eu estudei em Minas e meu pai, meus avós, a família por parte de pai é mineira. Eu vou a Minas Gerais desde que eu nasci! Meu pai era de Muzambinho, eu sempre frequentei essa região e várias outras cidades de Minas. Passei muitos carnavais em Belo Horizonte! Dos 14 aos 17 eu estudei em Minas, passei a minha adolescência lá. Foi onde eu aprendi a tocar violão, onde as minhas referências musicais começaram com Milton Nascimento, Clube da Esquina….

Miguel Arcanjo Prado — O que você pretende fazer em 2017? Já tem projetos definidos no teatro, cinema e TV?
Alexandre Nero — Estou gravando a minissérie “Filhos da Pátria”, um texto do Bruno Mazzeo com um elenco fantástico, que estreia ano que vem na TV. Também ano que vem estreia o filme sobre o maestro João Carlos Martins , dirigido pelo Mauro Lima, se não me engano previsto para março. Já estou com muitas ideias na cabeça para um disco novo e também estudo algumas propostas para o cinema.

Alexandre Nero em cena de "O Grande Sucesso" - Foto: Divulgação

Alexandre Nero em cena de “O Grande Sucesso” – Foto: Priscila Prade/Divulgação

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