Após peça, filme e série, “Ó Paí, Ó” é tema de livro

Alline Nepomuceno e Lázaro Ramos na série "Ó Paí, Ó" - Foto: Divulgação

Alline Nepomuceno e Lázaro Ramos na série “Ó Paí, Ó” – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

“Ó Paí, Ó” estrou como peça em 1992, dirigida por Marcio Meirelles, com o Bando de Teatro Olodum. Depois, virou filme em 2007, sob direção de Monique Gardenberg. E a mesma diretora transformou a história em seriado na Globo, exibido em 2008 e em 2009. Pelo jeito, as histórias da turma mais sacudida do Pelourinho, no coração do centro histórico soteropolitano, cabem mesmo em qualquer formato.

Desta vez, o texto é tema de um livro: “Sério Ó Paí, Ó: Ritmo e Cultura da Bahia na TV” (ed. Edufba), escrito pela jornalista multimídia Dayse Porto de Santana. A obra será lançada nesta quinta (27), a partir das 17h, no Palácio da Reitoria da UFBA (Universidade Federal da Bahia), no bairro do Canela, em Salvador.

“Quando eu saí de de Cachoeira para morar em Salvador com 17, 18 anos, passei a frequentar o Teatro Vila Velha e ver as peças do Bando de Teatro Olodum. Sendo do Recôncavo Baiano, sempre tive contato e encantamento pela cultura negra, mas a perspectiva do Bando e dos movimentos que conheci contribuíram para mudar o meu olhar para algo complexo, auto-crítico. Era uma abordagem questionadora, ácida e ao mesmo tempo alegre, debochada, esculachada mesmo”, lembra a autora em conversa com o Blog do Arcanjo do UOL direto da capital baiana. Ela convidou Marcio Meirelles, diretor do Bando, para assinar o prefácio.

Dayse Porto de Santana: baiana analisa "Ó Paí, Ó" em livro - Foto: Divulgação

Dayse Porto de Santana: jornalista baiana analisa “Ó Paí, Ó” em livro – Foto: Divulgação

Dayse estuda teledramaturgia desde a graduação e passou uma temporada na EICTV de Cuba se especializando em roteiro. Atualmente, trabalha com audiovisual em sua produtora, a Movida. Ela conta que o livro é fruto de seus estudos acadêmicos: “Ao chegar no mestrado, na PUC de São Paulo, ‘Ó Paí, Ó’ começou a saltar , discutir isso que muitos chamam de baianidade era uma questão íntima, que mexia com meus sentimentos e entendimentos”, revela.

Assim, no livro, fruto de sua dissertação, ela analisa o seriado pela perspectiva da cultura. “’Ó Paí, Ó’ como um todo é um texto muito rico, que lança mão de dados estereótipos de uma forma irônica, para questioná-los. Estabelece várias camadas, níveis de leitura. E tudo isso com a linguagem mais popular possível, coisa que não é nada fácil”, conclui.

O livro ainda será apresentado no festival “A Cena Tá Preta”, em novembro, em Salvador, quando a peça “Ó Paí, Ó” será outra vez encenada. Também em novembro, o livro será lançado em São Paulo, onde Dayse mora há cinco anos. E pelo jeito a saga de “Ó Paí, Ó” não para tão cedo. Monique Gardenberg já planeja o filme “Ó Paí, Ó 2”, que está em fase de roteirização e que deverá ser rodado em 2017.

Capa do livro "Série Ó Paí, Ó: Ritmo e Cultura da Bahia na TV", de Dayse Porto Santana - Foto: Divulgação

Capa do livro “Série Ó Paí, Ó: Ritmo e Cultura da Bahia na TV”, de Dayse Porto de Santana – Foto: Divulgação

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