Artistas do teatro lamentam morte de Elke Maravilha

Elke Maravilha (1945-2016) - Foto: Bob Sousa

Elke Maravilha (1945-2016) – Foto: Bob Sousa

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Elke Maravilha morreu nesta terça (16) aos 71 anos após complicações de uma cirurgia, no Rio. A classe teatral ficou desolada com a notícia, já que Elke além de jurada e modelo também era atriz e trabalhou no cinema, TV e teatro. Sua última presença em uma peça no teatro paulistano foi em 2013, em “Krisis”, da Cia. Nova de Teatro. Muitos artistas lamentaram a morte da estrela e postaram fotos em homenagem a ela:

“Quando a Elke maravilhou meu dia. Evoé.”
Bob Sousa, fotógrafo do teatro, crítico da APCA e autor da foto acima

Elke Maravilha e Leona Jhovs - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Leona Jhovs – Foto: Arquivo pessoal

“Um dos seres mais interessantes que já estive frente a frente. Uma mulher um ser ímpar. Uma noite com Elke em um certo Faroeste depois de uma sessão de ‘Luz Negra’ e banhada com alguns goles de cachaça no gargalo…. Ahhh essa noite é inesquecível assim como a própria. Fico por aqui torcendo por sua boa passagem guerreira. Vá em paz!”
Leona Jhovs, atriz

“Uma das maiores referências e inspirações da minha vida nos deixa menos alegres no mundo. Elke Maravilha, sentiremos saudades. Amor.”
Stéfano Belo, ator

“A falsa brasileira rodando a baiana na cara da ditadura, exigindo o corpo de Stuart Angel. A falsa russa nascida em uma cidade que não existe mais. A um só tempo a falsa drag queen e a drag inaugural, madrinha das putas e dos veados, objeto não identificado nas escalas da comunicação e da cultura de massa. E ainda assim, ou talvez por isso mesmo, “um radar, um sonar, uma ogã”, como dizia o Itamar Assunção. Um ser humano que não cabia direito em lugar nenhum. Elke carnavalizou o exercício da diferença porque sabia que a alegria também liberta.”
Kil Abreu, crítico e curador de teatro

Raphael Garcia, Elke Maravilha e Flávio Rodrigues - Foto: Arquivo pessoal

Raphael Garcia, Elke Maravilha e Flávio Rodrigues – Foto: Arquivo pessoal

“Conhecer Elke Maravilhosa, numa noite de ‘Luz Negra’, no Pessoal do Faroeste, e passar uma madrugada ouvindo suas estórias e recebendo sua energia…presentes que a vida e o teatro nos dão. Inesquecível.”
Raphael Garcia, ator

“Os brilhos foram para o céu.”
Eliane Verbena, assessora teatral

Elke Maravilha e Will Soares - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Will Soares – Foto: Arquivo pessoal

“Descanse minha maravilhosa! Amor, respeito, carinho, perseverança… O céu hoje está mais maravilhoso!”
Will Soares, ator

“No mesmo dia que se comemora o nascimento de um ícone, Madonna, outro se vai e deixa um vazio. Quem é dos anos 70 e 80 tem a noção de quem foi Elke Maravilha e o brilho que ela deixou na TV brasileira. A minha memória de infância está atrelada um pouco a ela. Lembro de assistir com a minha avó, no interior de Minas, aos programas de auditório do Silvio Santos. Lá estava Elke. Espalhafatosa, com uma gargalhada incrível e singular. Anos depois fui descobrir que ela teve papel ativo na luta contra a ditadura ao lado de Zuzu Angel. Até onde sei, Elke sempre manteve essa loucura de viver. Era visceral não só quando abria boca. Perdemos um mito.”
Átila Moreno, jornalista e crítico teatral

Elke Maravilha e Nany People - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Nany People – Foto: Arquivo pessoal

“Muito Triste… Meu coração entristeceu mais um pouco… Acabo de saber que uma das minhas maiores inspirações para enfrentar os perrengues da vida… se foi! Obrigada, Elke Maravilha e Maravilhsoa por ter sido o grito de liberdade, a defensora dos gays, mãe das drags, minha referência! E sobretudo obrigada por ter me ensinado, inspirado e me tornado crível que liberdade é nossa morada ideal.”
Nany People, atriz

“Elke Maravilha, vou te amar pra sempre.”
Nina Ribas, atriz

Elke Maravilha e Adrén Alves - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Adrén Alves – Foto: Arquivo pessoal

“Hoje o dia está mais triste, Elke se foi, tive a honra de ser o professor de canto dessa grande artista. E todas as vezes que ia pra casa dela eu me perguntava: O que é que eu To fazendo aqui? Eu não tenho nada pra ensinar pra ela”. E era verdade, ELKE MARAVILHA não precisava de aula de canto, era uma artista completa, nossas aulas que duravam uma e meia mais ou menos acabavam durando três horas, ela me falava da vida, do amor, dos seus amores, das várias nacionalidades que ela tinha e como ela conhecia o ser humano. Obrigado Elke Maravilha por você ter passado neste plano e ter nos ensinado a ser mais gente e mais artista. Te amo.”
Adrén Alves, ator

“Ela era um acontecimento… Elke viada de todos nós… Tem gente que é motor de arranque, potência de afeto, extravagância de alma… Tem gente que é larga de alegria, exuberante de pensamentos, fundadora de anarquias… E ela ria como se não existisse o futuro… Ah, Elke… esse país está morrendo sem tudo isso que era você sendo.”
Ronaldo Serruya, ator

Elke Maravilha e Paulo Faria - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Paulo Faria – Foto: Arquivo pessoal

“Um dia ela veio e encheu de amor o Faroeste. Siga sua estrela. Nós aqui ficamos na luz que sempre emanará da sua alegria, generosidade e inteligência. Bravo, Elke Maravilha!!!”
Paulo Faria, diretor e ator

“Das poucas vezes que nos encontramos, repeti que adorava vê-la atuando porque sempre foi interessante observar esse caminho oposto de tirar maquiagem, peruca e figurino para interpretar personagens mais próximos a normalidade, característica que certamente a entediava. Violante em ‘Xica da Silva’, Madame Yara em ‘Memórias de um Gigolô’, Debora em ‘Pixote’, entre tantos outros. Atriz de bom gosto, despia-se lindamente. Foi uma bela passagem, Elke! Maravilha.”
Marcelo Medici, ator

Elke Maravilha e Lenerson Polonini - Foto: Arquivo pessoal

Elke Maravilha e Lenerson Polonini – Foto: Arquivo pessoal

“Acabo de saber que Elke Maravilha partiu deste plano.Uma mulher incrível, dotada de uma inteligência e generosidade notável, da qual tive o prazer de dirigir e conviver na peça “Krisis”, inspirada em mitos e tragédias gregas. Aprendi muito com seus ensinamentos, sua fala calma, a sua crença mística e as explosões de risos nos bastidores que contagiava a todos nós do grupo. Lá em 2013, nas temporadas do SESC Bom Retiro e Sesc Ribeirão Preto, antes de subir no palco como Hades, ela mesmo dizia nos camarins: ‘Eu estou pronta para morte’. Pensei que iria demorar, mas ela veio agora, de surpresa, silenciosa, implacável. Obrigado, querida Elke. Vou levar comigo este teu sorriso de alegria. Que ilumine outros palcos.”
Lenerson Polonini, diretor

“Histórias, gargalhadas…histórias… lembranças e gargalhadas… Amada que marcou a história de tanta gente… Gente como a gente… Heróis do cotidiano… Metade humano e metade divino…. Elke, leve as nossas gargalhadas e histórias para outra dimensão… pertinho dos deuses… Te amamos!”
Carina Casuscelli, diretora

Sem Elke Maravilha ficamos todos mais caretas, sem brilho, sem cor.”
Miguel Arcanjo Prado, jornalista, crítico teatral e vice-presidente da APCA 
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