Sucesso de “Escrava Mãe”, Sidney Santiago se desdobra no cinema e no teatro
Sidney Santiago como Sapião: sucesso de Escrava Mãe – Foto: Edu Moraes
Por Miguel Arcanjo Prado
O ator Sidney Santiago, que interpreta o personagem Sapião na novela “Escrava Mãe”, da Record, comemora um período produtivo em sua carreira. Fazendo peças e às vésperas de estrear dois filmes, um curta e um longa, ele anda com a vida tão corrida que mal tem tempo de acompanhar o folhetim. “Foi um trabalho feito com muita vontade, mas ainda não deu tempo de seguir. Chegam mensagens bacanas, mas seguimos em estado de sítio, o teatro é nossa ferramenta mais valiosa”, afirma.
Além do sucesso da novela, nesta semana, junto de seu grupo teatral, Cia. Os Crespos, faz nas ruas de São Paulo a intervenção “Ninhos e Revides – Mirando o Haiti”, sobre processos revolucionários na América Latina, com foco na ilha caribenha.
Sidney Santiago no longa Mundo Deserto de Almas Negras – Foto: Divulgação
Santiago ainda pode ser visto no cinema, onde faz papéis ainda mais interessantes que o escravo da telenovela. No filme “Mundo Deserto de Almas Negras”, de Ruy Veridiano, vive o protagonista, o advogado Oscar, que leva celulares para dentro de uma prisão, quando algo de errado acontece e sua vida é colocada em perigo. O longa mostra uma São Paulo fictícia, na qual os negros são a elite da cidade, ocupando sua área central, e os brancos são os habitantes mais pobres e moradores da periferia. Santiago é um dos produtores do filme que chega às telonas em 16 de junho.
Ainda no cinema, o ator também está na pele de um boxeador que leva vida dupla como drag queen em um clube gay noturno e precisa lidar com o preconceito de seu treinador no curta-metragem “Diamante, o Bailarina”, de Pedro Jorge, selecionado para o 20º Festival da Cultura Inglesa.
Sidney Santiago é boxeador gay no curta Diamante, o Bailarina – Foto: Divulgação
Santiago ainda participa da experiência artística “Cartografias do Afeto – Manifesto Leinilson”, dirigida por Roberto Rezende, na qual recebe o público em casa. Sobre este último trabalho, diz que é um aprendizado diário. “É o desafio da arte relacional e de receber em casa pessoas que você nunca viu na vida, e com elas, em pouco tempo, estabelecer laços para ver a cidade com outros olhos”, explica.
E vem mais coisas por aí. “Estou fazendo em parceria com a socióloga Edilsa Sotero uma pesquisa para um artigo sobre Josephine Baker, a grande diva do teatro de revista, que será publicado na revista Legítima Defesa, da Cia. Os Crespos. Em setembro, estreio ‘Nossa Missão’, a nossa nova montagem baseada no texto ‘Lembranças de uma Revolução: a Missão de Heiner Müller, com dramaturgia de Grace Passô e direção de Ângelo Flávio”, adianta.
Antes, no mês de agosto, poderá ser visto na circulação da trilogia teatral “Dos Desmanches aos Sonhos”, que celebra os dez anos dos Crespos. “E para fechar o ano tenho um projeto sobre o livro ‘Da Próxima Vez o Fogo ‘, do James Baldwin, ainda na cabeça e no qual que penso em unir José Fernando de Azevedo e Eugenio Lima [diretores de teatro], dois grandes parceiros que admiro muito. É um projeto ainda na esfera do sonho”, diz.
E como Santiago consegue se dedicar a tantos projetos ao mesmo tempo? Ele faz uma pausa e responde, compenetrado: “Muita calma, paciência e tudo se acerta. De resto, é ter fé”.
Sidney Santiago contracena com Zezé Motta em Escrava Mãe – Foto: Divulgação
