Com garra na crise, 25º Festival de Curitiba quer agradar artistas e público

Alguns dos rostos do 25º Festival de Teatro de Curitiba: programação reúne famosos, teatro experimental e peças mais cabeçudas - Fotos: Divulgação

Alguns dos rostos do 25º Festival de Teatro de Curitiba: programação reúne estrelas, nomes do teatro comercial, experimental e peças cabeçudas – Fotos: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Quem pensou que a crise econômica (e, sobretudo, política) que paralisa o Brasil esmoreceria o teatro se enganou redondamente. Afinal, a arte dos palcos está acostumada a ter pouca grana, sabendo há muito tempo se reinventar para seguir em frente.

Prova disso é o 25º Festival de Teatro de Curitiba, que já sobreviveu a cinco presidentes e segue firme como o maior e o mais importante do Brasil nas artes cênicas, acumulando 15.000 apresentações teatrais e 3 milhões de espectadores. A partir desta terça (22), Curitiba passa a ser a capital brasileira do teatro, e não só a terra da Operação Lava Jato, devido à garra dos artistas envolvidos e dos profissionais que atuam no evento.

Se precisou reduzir levemente o número de peças, hoje por volta de 350, quando já passaram de 400 em edições anteriores, o evento espera reencontrar o fiel público curitibano de sempre neste 2016. Para isso, mexeu em sua equipe e oferece uma programação que mistura celebridades, estrelas do teatro, artistas mais experimentais e peças e performances cabeçudas.

Leandro Knopfholz, idealizador e diretor do Festival de Teatro de Curitiba - Foto: Bob Sousa

Leandro Knopfholz, idealizador e diretor do Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Bob Sousa

Leandro Knopfholz é o idealizador e diretor geral do Festival de Curitiba, orçado em R$ 6 milhões e viabilizado pela Lei Rouanet, já que 80% vem dos patrocinadores e 20% da bilheteria. Ele espera 220 mil espectadores na capital paranaense até o próximo dia 3 de abril. “Entendemos a arte como elemento transformador das pessoas e da urbanidade. O Festival sempre interage com o público fora das áreas convencionais”, afirma Knopfholz.

Além do público, 3.000 participantes chegam à cidade nos próximos dias, entre artistas, produtores, técnicos e jornalistas. Tanta gente movimenta a combalida economia, gerando 800 postos de trabalho direto e 1.500 indiretos.

A abertura é nesta noite de terça (22), no palco do Teatro Guaíra, ou Guairão, em sessão para convidados de Bethânia e as Palavras, espetáculo no qual a cantora baiana e recém campeã do Carnaval carioca Maria Bethânia declama textos fundamentais em sua vida.

Maria Bethânia abre o 25º Festival de Curitiba - Foto: Divulgação

Maria Bethânia abre o 25º Festival de Curitiba – Foto: Divulgação

Nem só a confraternização estará no ar na abertura, já que o Teatro Guaíra não liberou a venda de ingressos de peças que seriam encenadas em seu palco para a bilheteria centralizada do Festival, o que levou Knopfholz a transferir nove espetáculos que aconteceriam no tradicional complexo cênico para a Ópera de Arame, onde o Festival de Curitiba começou em 1992, e para o Teatro da Reitoria. A decisão gerou burburinho no mercado cultural paranaense.

Sob nova curadoria, assinada por Marcio Abreu e Guilherme Weber, que substituíram Celso Curi, Tânia Brandão e Lúcia Camargo, o Festival de Curitiba está mais cabeça em 2016, mas mantendo as estrelas da TV, sempre grande chamariz de público.

Dessa forma, a Mostra Oficial conta com rostos conhecidos de todos como Paulo Betti, em Autobiografia Autorizada, Thiago Lacerda e Giulia Gam, em Repertório Shakespeare, Matheus Nachtergaele, em Processo de Conscerto do Desejo, e Dan Stulbach, em Morte Acidental de Um Anarquista, mas que conviverão com nomes mais conhecidos no meio teatral, como Denise Stoklos e Grace Passô.

Nomes da dança e da performance também marcam presença, caso de Wagner Schwartz e dos espetáculos Batucada, com dezenas de corpos nus, e Mordedores, que como o nome diz, artistas se mordem em cena. E há artistas que usam o palco para performar problemas de saúde que enfrentam, como Maria Alice Vergueiro, em Why the Horse? e Renato Borghi, em Fim de Jogo.

Diogo Portugal no Risorama: mostra de stand-up é sucesso de público - Foto: Divulgação

Diogo Portugal no Risorama: mostra de stand-up é sucesso de público – Foto: Divulgação

Outras mostras e Fringe

Além da Mostra Oficial, com 35 espetáculos, o Festival de Curitiba ainda conta com o Gastronomix, sua feirinha gastronômica com renomados chefs, o Guritiba, com peças para o público infantil, o MishMash, com números de variedades para toda a família, o Risorama, focado no stand-up, e a Curitiba Mostra, com peças de autores paranaenses.

Além disso o evento conta ainda com o Fringe, a mostra paralela, com cerca de 320 peças de todo o Brasil, com artistas buscando atrair o olhar curioso do público e da crítica para seus trabalhos na maior vitrine do teatro brasileiro.  “Somos um festival de pessoas, que quer trocar com a cidade de Curitiba”, afirma Knopfholz.

Patrocinadores

A 25ª edição do Festival tem apresentação da Cielo e da Prefeitura de Curitiba, com patrocínio de Copel Telecom, Petrobras, Renault e UEG Araucária. Ainda há parceria com o Shopping Mueller, Palladium Shopping Center, Pátio Batel e ParkShoppingBarigüi, locais onde ficam as bilheterias.

Os eventos simultâneos contam com patrocinadores específicos. O Gastronomix é patrocinado por Cielo e Melitta. O evento terá louça oficial da Oxford Porcelanas. Já o Guritiba é apresentado por Parati. O MishMash é apresentado pela Unimed Curitiba e por Ferramentas Worker.

“As negociações de patrocínio foram feitas até o último momento. Vivemos um ano difícil na economia e o Festival só aconteceu por conta do empenho de pessoas que entenderam a importância e o impacto que o Festival de Curitiba tem”, define Knopfholz.

Cena de espetáculo do Fringe no Festival de Teatro de Curitiba: relação com a a cidade - Foto: Daniel Sorrentino/Clix

Cena de espetáculo do Fringe no Festival de Teatro de Curitiba: relação com a a cidade – Foto: Daniel Sorrentino/Clix

Ficha técnica:
25º FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA

DIREÇÃO
Leandro Knopfholz

CURADORIA
Guilherme Weber
Marcio Abreu

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Fabíula Passini
Vanessa Mazer
Caroll Teixeira

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Daniela Zaha
Vítor Villarinho
Priscila Cruz

COORDENAÇÃO DO FRINGE
Priscila de Morais
Carol Scabora
Paulo Rosa

COORDENAÇÃO FINANCEIRO ADMINISTRATIVO
Diogo Morais
Graça Ribeiro

COORDENAÇÃO DE LOGÍSTICA
Eduardo Slud
Siciane Geruntho

COORDENAÇÃO COMERCIAL
Alessandra Schmidt
Diogo dos Reis Ruiz
Talita Botelho
Thamires Trindade
André Santos
Vitor Machado

PRODUÇÃO PARKCULTURAL
Muga Reisemberg

ILUMINAÇÃO
Tadanduá Iluminação

FOTOGRAFIA
Daniel Sorrentino

SOM
MX Sound Light Designer

PROJEÇÕES
ConnectNet

BILHETERIA
Othon Accioly
Natália Xavier Accioly
Filipe Reblin

JORNALISTA RESPONSÁVEL
Adriane Perin

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Factoria Comunicação
Adriane Perin
Fernando Oliveira
Michele Tomé
Alessandro Martins
Luciana Penante

CRIAÇÃO
Blu Design e Comunicação

DESENVOLVIMENTO TI
Pixelwolf

PROJETO GRÁFICO
Vítor Villarinho

IMPRESSÃO
Plural Indústria Gráfica Ltda

REALIZAÇÃO
Parnaxx

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