O encanto de Jéssica Menezes
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
“Vou tomar um banho de sol”, anuncia a atriz Jéssica Menezes, antes de deitar-se na mesa na qual faço um pit-stop entre o ensaio do Teatro-Bloco Pau-Brasil e o show de Juliana Perdigão e os Kurva, na versão verão do projeto Das Bandas do Oficina.
É noite de sexta, faz calor e, com suas luzes e magnetismo tropicalista, o Teat(r)o Oficina está justificadamente o mais belo do mundo, como sabiamente decretou o jornal inglês The Guardian.
Diante da presença incontestável de Jéssica, lhe ofereço meu drinque. Ela aceita, sorvendo o canudinho com ar brejeiro. Devolve o copo. Agradece. Suas pernas balançam ao ar, iluminadas por um foco de luz rosa. Percebo que Jéssica reluz.
E ali ela fica. Curte a música de fundo. Está presente. Dialoga com o que surge ao seu redor.
Até que algo mais forte surge nas caixas de som. É um samba. Jéssica se levanta, encontra colegas artistas da Universidade Antropófaga do Oficina, deixa seu corpo sentir a cadência do ritmo. Em um gesto de ousadia, arrisca um bem executado passo de gafieira.
Fico parado por um instante. Hipnotizado por aquela imagem. E constato uma coisa fundamental: Jéssica tem um encanto que é só dela. E ainda bem que temos Jéssica Menezes.