Corpos em Fluxo faz performance-protesto na Satyrianas
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Foto EDUARDO ENOMOTO
Uma das performances mais interessantes da primeira noite da Satyrianas 2014, nesta quinta (20), foi a apresentação do Grupo de Intervenção Urbana Corpos em Fluxo, dirigido por José Sampaio, na praça Roosevelt. O grupo de artistas levou para o epicentro do evento um recado político potente. “Colocamos na praça as nossas urgências”, define a atriz Débora Tieppo, que interpretou uma lavadeira que tentou limpar a bandeira do Estado de São Paulo durante toda a noite. Sampaio diz que o grupo quer dialogar cada vez mais com a cidade. “Já nos apresentamos no Largo do Café, no Vão Livre do Masp e no metrô. As crianças sempre adoram. Queremos fazer a arte na rua e conversar com a cidade”, afirma. Veja a galeria com imagens do fotógrafo Eduardo Enomoto!
Veja a cobertura do R7 na Satyrianas!
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Achei desconfortável a simbologia da lavagem da bandeira. Hoje, quando se faz ou fala qualquer coisa artisticamente, pode vir a ter uma conotação política declarada ou receber, por parte de outras pessoas, ainda que equivocadamente, uma leitura política. Como hoje São Paulo é governado por um determinado partido, pode soar como crítica a esse partido, o que não sei se é verdadeiro ou se é uma mera impressão equivocada, como destaquei acima. Na verdade, hoje certas manifestações artísticas se conectam a tantos temas por conta da configuração do mundo moderno que fica difícil até saber se estamos interpretando certo o que está sendo apresentado. Daqui a pouco, para algumas peças, os artistas terão de ser indagados sobre o que eles querem dizer com tal gesto, pois as possibilidades de interpretação serão tantas que o público ficará desnorteado e não saberá no que pensar.