Morte de Robin Williams deixa nó na garganta

Morre Robin Williams: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” – Foto: ArtStar/Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

A morte repentina e tão cedo do ator estadunidense Robin Williams, com apenas 63 anos, nesta segunda (11), deixa um buraco enorme em Hollywood. Ele foi achado morto, em casa, e a polícia suspeita de suicídio.

A perda é grande. Afinal, ele foi um dos mais talentosos e sensíveis atores do cinema recente. Fez uma carreira de escolhas felizes, encontrando em seu caminho personagens emblemáticos e nunca fúteis. Sempre com um discurso político ou social forte. Ele sempre tinha algo a dizer. E dizia. Mesmo em silêncio.

O homem que fazia tantos rir sofria de depressão. Mesmo nas comédias, tinha um ar grave, quase sisudo, dono de um olhar distante, desconcertante. Uma profundidade como poucos conseguem neste gênero. Ver Williams atuar era ver um pedaço de sua alma.

Filho de uma ex-modelo e de um alto executivo, era uma criança tímida em Chicago, que gostava de imitar a avó. Na adolescência, viu que poderia fazer graça para os outros e ganhar dinheiro com isso.

Tornou-se comediante de stand-up e entrou para a televisão. Daí, para o cinema, com tanto talento exposto, foi um pulo.

Nas telonas, sua memorável atuação em 1987 em Bom Dia, Vietnã lhe deu respeito junto ao público e à crítica. Em 1989, conquistou o público com Sociedade dos Poetas Mortos, que logo se tornou um clássico.

E a década de 1990 foi crucial. Emplacou um sucesso atrás do outro. Com uma carreira marcada por escolhas distintas e igualmente boas, foi o Gênio da animação Alladin, de 1992, e também encabeçou o elenco de A Gaiola das Loucas, de 1996, que abriu a discussão sobre o respeito à diversidade das famílias — isso bem antes de o casamento gay ser sancionado em muitos países. Ele já tinha se travestido em 1993 e feito todo mundo rir em Uma Babá Quase Perfeita.

Em 1997, ganhou Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em Gênio Indomável. E não parou de nos dar atuações memoráveis, como em Path Adams (1998), em O Homem Bicentenário (1999) ou em Inteligência Artificial (2001).

Ao ver sua partida abrupta, nos damos conta de que talvez Williams não tenha conseguido lidar com tanta sensibilidade, com tanto talento. Ele nos deixa com a certeza de que poderia ter nos dado ainda muito mais. Por isso, essa tristeza gigante, o vazio cortante, o nó na garganta. Não há espaço para julgá-lo. Talvez, seja como cantou Caetano: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

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5 Resultados

  1. Patrícia Vasconcellos disse:

    Seu texto deu um nó na garganta, Miguel Arcanjo, especialmente quando você diz que vê-lo atuar era ver também um pedaço da sua alma. Sou a cada diz mais fã do seu trabalho Miguel! Obrigada por compartilhar suas idéias e pensamentos. Patrícia.

  2. Phillipe disse:

    Vi PATCH ADAMS com ele e o clássico citado, SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. E vi também um no qual ele interpretava um fotógrafo psicopata, além de A. I. – Inteligência Artificial. Que descanse em paz!

  3. MARLUCI FEITOSA disse:

    A dor, a tristeza e a depressão assolam as pessoas de forma tão intensamente e silenciosamente que a maioria nem percebe que estas doenças estão corroendo o íntimo delas… ao final, ficamos desolados com as perdas, os distúrbios ou as fatalidades, que resultam deste males…

  4. Sônia Pereira disse:

    Robin Williams, deixará muita saudade e esse nó na garganta vai demorar muito para ser desfeito. Vai ser muito difícil assistir agora seus filmes sem lágrimas nos olhos!

  5. Sônia Pereira disse:

    Robin Williams, deixará muita saudade e esse nó na garganta vai demorar muito para ser desfeito. Vai ser muito difícil assistir agora seus filmes sem lágrimas nos olhos!

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