“Humanizaram a máquina e robotizaram o homem”, diz chileno que abriu o Festival de Curitiba 2014

Chileno El Hombre Venido de Ninguna Parte abriu o Festival de Teatro de Curitiba – Foto: Daniel Sorrentino/Clix

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Fotos de DANIEL SORRENTINO

O ator chileno Claudio Vega, do grupo La Rayneta, um dos principais do Chile, integra o espetáculo El Hombre Venido de Ninguna Parte, que abriu a programação do Festival de Teatro de Curitiba na noite desta terça (25), no Expo Renault Barigui, na capital paranaense.

O evento vai até o dia 6 de abril, com mais de 450 peças, das quais 66 grátis. O espetáculo internacional ainda é apresentado nesta quarta (26) e quinta (27), às 19h30, na praça Santos Andrade, no centro curitibano.

Em conversa exclusiva com o Atores & Bastidores do R7 nesta quarta (26), Claudio Vega comemora que seu grupo tenha sido escolhido para a abertura.

Claudio Vega espera que o Festival de Curitiba abra portas para seu grupo no Brasil – Foto: Daniel Sorrentino/Clix

— Para nós foi realmente maravilhoso termos sido escolhidos entre quase 500 espetáculos para abrir o Festival de Curitiba. Ontem, as pessoas aplaudiram de pé. Hoje e amanhã esperamos um público grande também.

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Vega afirma que participar do maior evento de artes cênicas do Brasil é uma espécie de “janela para o teatro latino-americano”. Ele espera que a participação possa gerar convites para outros festivais brasileiros e na América Latina.

— Em Curitiba se abrem janelas ao mercado teatral latino-americano. Sabemos que é um festival com peso importante. A televisão chilena deveria cobri-lo.

O artista vê como positiva a escolha de uma peça latino-americana para abrir a festa, em vez de uma europeia ou norte-americana.

— Isso valoriza nossa região. No mundo de hoje trabalhamos em redes, é preciso estabelecer alianças entre nós mesmos, latino-americanos, para viralizar o teatro. Por isso, fazemos sessões para mais de 1.000 pessoas nas ruas.

O ator lembra que tão importante quanto se apresentar em Curitiba é fazer trocas artísticas com outros que participam do evento.

— É na hora da cerveja, à noite, ou no almoço que estabelecemos contatos e criamos vínculos que vão frutificar depois em prol do teatro. É assim que começamos a construir uma mudança de paradigma social. Deus queira que Curitiba nos abra uma janela para o Brasil no Chile e vice-versa.

Ele conta que El Hombre Venido de Ninguna Parte, feita sem diálogo e com música ao vivo, é uma obra “poética e mágica” que “tem uma história muito simples”.

— É a história de um homem que tem uma acidente e faz uma viagem por um mundo surrealista. Ele passa por temas universais como amor, sofrimento, perda, inocência, relação com o dinheiro e o poder. A simplicidade aparente do espetáculo deixa espaços que são completados pelo espectador. O menino vai ver uma coisa, o adolescente outra, o adulto outra ainda. O público completa história com suas próximas experiências.

Para ele, a obra cria uma “atmosfera singular” que vem da dicotomia vivida pelo homem atual.

— Hoje, humanizamos a máquina e robotizamos o ser humano. É preciso repensar isso e criar uma atmosfera que emocione o público. É isso que fazemos.

O espetáculo chileno El Hombre Venido de Ninguna Parte faz apresentações grátis na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, nesta quarta (26) e quinta (27), às 19h30 – Foto: Daniel Sorrentino

Leia a cobertura completa do R7 no Festival de Teatro de Curitiba!

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1 Resultado

  1. Felipe disse:

    O título do “post” foi bem feliz e é algo real.

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