Peça propõe reflexão nos 50 anos do golpe militar
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Os 50 anos do golpe militar realizado de 1º de abril de 1964 são motivo para reflexão também nos palcos. A peça Morro como um País, da Kiwi Companhia de Teatro propõe um debate deste tenebroso período da história brasileira no palco do CIT-Ecum, em São Paulo, a partir do dia 26 de março.
A temporada será às quartas e quintas, às 21h, até 17 de abril. A peça tem no elenco a atriz Fernanda Azevedo, indicada a Melhor Atriz R7 em 2013 e também indicada ao Prêmio Shell de Teatro como melhor atriz. Fernando Kinas assina a direção.
O grupo planeja uma espécie de protesto-performance para a noite da estreia com o tema Quando Vai Acabar a Ditadura Civil-militar.
A peça parte do texto literário Morro como um País, escrito em 1978 pelo grego Dimítris Dimitriádis, e reúne mais de 30 cenas independentes.
A todo momento o jogo entre público e obra promove a reflexão. A direção afirma que preferiu utilizar informação narrativa do que reconstrução psicológica como forma de emocionar o público.
Azevedo diz que a obra não tem respostas, mas busca fazer “as perguntas certas”.
A montagem tem forte presença musical, indo de Eu Te Amo Meu Brasil, música de Dom e Ravel utilizada pelos militares para provocar um ufanismo irracional de “ame-o ou deixe-o”, a canções ciganas, povo historicamente perseguido em diversas partes do mundo.
Durante a pesquisa para a peça, que durou oito meses, a direção investigou a ditadura não só no Brasil como também em outras nações latino-americanas, como na Argentina, onde também houve uma sangrenta repressão. O que confere peso internacional à obra.
Morro como um País
Quando: Quarta e quinta, 21h. 95 min. Estreia em 26/3/2014. Até 17/4/2014
Onde: CIT-Ecum (r. da Consolação, 1.623, metrô Paulista, São Paulo, tel. 0/xx/11 3255-5922)
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos
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1. Bem oportuna a peça enquanto ainda se discute o Direito à Memória.
2. Feliz com a regularização das instabilidades operacionais, pois não queria perder o comentário que fiz no “post” de despedida de Bruna. Ela tratou o blog com tanto carinho e o texto dela foi uma colagem tão brilhante daquilo que ela produziu que realmente não gostaria que ela ficasse sem ler aquela mensagem, especificamente.
Miguelito, não deixe de ler os comentários espalhados em todas as postagens do blog. Há um específico para Bruna, por ocasião de sua substituição, e meu ponto de vista acerca da ocupação dos espaços públicos ociosos.