Junior Docini, o ator que desbrava a metrópole com jeito de menino do interior

“Gosto de experimentar no palco”, diz Junior Docini, ator de São Caetano do Sul, em SP – Foto: Eduardo Enomoto

Por Miguel Arcanjo Prado
Fotos de Eduardo Enomoto

Apesar do impacto visual inicial que provoca, o ator Junior Docini, eleito Muso do Teatro R7, logo se mostra homem simples. O jeitão de menino de interior contrasta com a figura imponente.

Nasceu em 21 de julho de 1987, em São Caetano do Sul, no ABC paulista, onde vive até hoje. “Sempre vivi em São Caetano, gosto de lá, onde está minha família, meus amigos”.

Junior Docini emocionou a família em cena de Dentro É Lugar Longe, da Trupe Sinhá Zózima – Foto: Eduardo Enomoto

Segundo dos três filhos do gerente comercial Adevanir Docini e da dona de casa Nanci Nascimento Docini, viveu cedo a perda do pai. Na peça Dentro É Lugar Longe, com a trupe Sinhá Zózima, revive esta dor em cena.

“Procurei o pai que nunca conheci. Minha família se emocionou muito quando viu a peça”, conta. Carrega consigo, orgulhoso, o nome do pai. É Adevanir Antônio Docini Junior.

Cresceu brincando na rua, perto das duas avós e da mãe, a quem chama de “sua vida”.

Sobre a beleza, desconversa. Diz que ficou assustado com a história de ser eleito Muso do Teatro R7. “Sempre fui o feio da turma quando criança. Na adolescência, era gordinho, baixinho e na escola me deram o apelido de Tio Chico, igual ao personagem da Família Addams”, conta, sorrindo.

Foi aos 15 anos que seu corpo mudou. Espichou de uma vez só, emagreceu. “Aí a beleza começou a aparecer”. Andou de skate, jogou futebol, teve a banda de rock Apolo 87, em parceria com o irmão músico, Eduardo, o Duda. O baixista do grupo, João Pedro, um dia lhe convidou para ir a um curso de teatro.

Eleito Muso do Teatro R7, Junior Docini diz que nem sempre foi bonito: “Na adolescência, era baixinho, gordinho. Tão feio que meus amigos que apelidaram de Tio Chico, aquele personagem da Família Addams” – Foto: Eduardo Enomoto

Bonitão, Junior logo chamou a atenção de todo mundo. Quando viu, já estava escalado para as peças do Teatro Experimental Maria Tita, com o qual viajou muito nos festivais da vida. Aos 18 anos, entrou para a Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Não parou mais. Hoje, é orientador na instituição.

Junior Docini diz que herdou a veia artística da mãe, dona Nanci, que adora cantar – Foto: Eduardo Enomoto

Herdou a veia artística da mãe, que adora cantar. “A dona Nanci é a rainha do videokê do bairro. Meus amigos adoram ir lá em casa cantar com ela”.

Diz que adora fazer peça da Trupe Sinhá Zózima, que acontecem dentro de um ônibus em movimento. “Assim que o Anderson Mauricio [diretor] me chamou eu fui. Nem quis saber de grana. Fui pela arte”.  Além de Dentro É Lugar Longe, atuou também em Cordel do Amor sem Fim.

“Também fiz o Folias [grupo teatral do bairro Santa Cecília, em São Paulo] entre 2009 e 2011. Sempre estou em algum espetáculo em cartaz”, entrega. “Sou um ator que gosta de mudança, de experimentar. Gosto de andar por aí, de pesquisar”, define.

Será protagonista do próximo longa de Fauzi Mansur, que deve ser lançado em breve. Tem vontade de fazer mais cinema e também televisão. “Meu sonho é fazer outros tipos de atuação”.

Junior Docini está em cartaz em Dois Perdidos Numa Noite Suja, com texto de Plínio Marcos e direção de Amir Haddad; ele também será protagonista do próximo longa de do cineasta Fauzi Mansur – Foto: Eduardo Enomoto

Atualmente, além de viajar com a Sinhá Zózima, se prepara para a estreia de Dois Perdidos Numa Noite Suja, texto de Plínio Marcos com a Cia. do Lixo [veja serviço abaixo]. Contracena com Valter Carriel na obra dirigida por Amir Haddad, a quem define como “um sábio, um mestre”.

Envolto em tantos projetos, Junior ainda encontra tempo para fazer capoeira. “Sou professor de capoeira. Sabia que já fui campeão brasileiro e paulista?”. Bom, isso já é assunto para um outro dia…

Apesar da beleza evidente, Junior Docini tem jeitão de menino do interior – Foto: Eduardo Enomoto

Dois Perdidos numa Noite Suja
Quando: Quarta a domingo, 20h e 21h30. De 8/11/2013 até 8/12/2013
Onde: Espaço Cultural Criar (r. Limeira, 148, Jardim Pedroso, Mauá, São Paulo, tel. 0/xx/11 5084-0620)
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
Classificação etária: 16 anos

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3 Resultados

  1. bibi disse:

    Miuto lindo

  2. Felipe disse:

    Com todo o respeito, o Junior deveria tentar também carreira de modelo. Não sei a altura dele, mas modelo fotográfico, com certeza ele pode ser. A Ana Paula Arósio não é alta e foi uma bem sucedida modelo fotográfico. Não estou falando que Junior não deva investir na carreira de ator, só estou apenas sugerindo que ele pode fazer, caso queira, trabalhos como modelo. Porque ele realmente pode. Quisera eu ter esses genes ótimos (embora esteja satisfeito com os meus)!

  3. Felipe disse:

    Vários comentários:
    1- O Junior tem uma história bonita de superação, de postura proativa. Parabéns para ele!;
    2- Que louvável uma pessoa com capacidade de não renegar suas raízes!;
    3- Torço muito para que o longa dele seja um sucesso. Após ler a entrevista, é muito fácil simpatizar com uma pessoa notoriamente “do bem” como é o caso dele.
    4- Finalmente, que resposta que a vida deu a quem o apelidou de “Tio Chico”! Será que alguns deles estão aparecendo na mídia também? O tempo de Deus é realmente sábio.

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