Entrevista de Quinta: Mauricio Meirelles abre Facebook no palco e dispara: “Somos ridículos”

Maurício Meirelles, do CQC, agora também tem espetáculo solo em SP – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Rir de si próprio é dádiva dos grandes. E no mundo atual, onde muitos se expõem até o último fio de cabelo nas redes sociais, material para rir do outro e de si mesmo é o que não falta.

O comediante Mauricio Meirelles, repórter do CQC (Band) há dois anos, resolveu apostar neste filão para estrear em São Paulo seu primeiro espetáculo solo de stand-up, Não Leve a Sério, em cartaz todo sábado, às 23h59, no Teatro Jaraguá, em São Paulo [veja serviço ao fim da entrevista].

Publicitário com carreira de sucesso antes de se enveredar pelo mundo do humor, Meirelles, que também já trabalhou como redator do Legendários (Record), falou com o Atores & Bastidores do R7 sobre seu espetáculo nesta Entrevista de Quinta.

Leia com toda a calma do mundo:

Miguel Arcanjo Prado – Qual a maior diferença entre escrever para o palco e para a TV?
Mauricio Meirelles – Na TV, a escrita tem muitas etapas. Tem a ideia inicial, depois passa pelo produtor, vai gravar na rua, volta, passa pelo editor… Já no palco, é o que eu quero falar, eu tenho mais liberdade de criação para fazer o que eu quero.

Mauricio Meirelles quer rir do outro e de si – Divulgação

Foi difícil estrear espetáculo solo em São Paulo?
Sim! É o primeiro. Eu faço show em grupo há muito tempo. Tenho sete anos de carreira no stand-up. Os amigos sempre me falaram: “faz o seu solo”. Mas sempre tive medo, porque São Paulo é uma guerra, então testei muito antes.

O que você preparou para seu show ser diferente dos inúmeros shows de stand-up que têm por aí?
O meu show começa no momento em que a pessoa compra o ingresso. Além disso, eu tenho um telão, uma abertura diferenciada. Investi muito. Fui para Las Vegas e vi como eles tratam o entretenimento. E resolvi aprimorar meu show também.

Estar no CQC ajuda a atrair o público?
Sim, e muito. Mas também acho que não é só estar na TV. É preciso estar exposto. O pessoal do Porta dos Fundos está aí para mostrar que a exposição pode ser também pela internet. Tenho um público que me acompanha sempre, que é mais segmentado. Agora, com a TV, veio mais gente de todo o País, que me conheceu no CQC e agora busca ver meu trabalho no teatro.

Como você entrou para o stand-up?
Foi por frustração. Eu sou publicitário e trabalhei em grandes agências. Acho que todo publicitário tem uma veia humorística, geralmente mais ácida, que não consegue colocar em prática na publicidade. Em 2005, comecei a escrever um blog. Muita gente começou a gostar dos meus textos e me falou para fazer stand-up. Eu fiz uma participação no Comédia ao Vivo, no Bar Ao Vivo, que tinha o Danilo Gentili, o Bruno Motta, o Fábio Rabin, a Dani Calabresa… Depois, eu fiz a Comédia em Pé, que tinha o Fábio Porchat… Foi rolando e o bichinho pegou. Aí, comecei a conciliar a carreira de publicidade com os palcos.

E quando resolveu virar só humorista?
Foi quando vi que não dava mais, era preciso arriscar. Deu medo, porque estava na Talent [agência publicitária], uma empresa renomada, tinha um salário bom. Eu pensei, por ser jovem, se eu não arrisco agora, eu vou começar a ganhar bem e nunca mais faço o que quero. Graças a Deus, as peças de teatro lhe oferecem voucher de comida! Então, consegui parceria com todas as empresas que eu poderia para ter voucher de comida. Pelo menos eu estou garantido de comida. Nunca passei fome, graças a Deus!

Como repórter do CQC, Mauricio Meirelles diz que “aprendeu a lidar com o inesperado” – Foto: Divulgação

Qual o maior aprendizado que você teve no CQC?
O principal aprendizado é você lidar com o inesperado. A gente sempre vai gravar com o roteiro, a gente sempre lida com coisas que podem acontecer. E aprendi também a nunca confiar nas listas dos eventos! Você sabe: nunca vai o povo que está confirmado na lista que as assessorias mandam [risos]. O melhor de tudo foi tentar lidar com vários tipos de pessoas diferentes, ser agradável e ao mesmo tempo contestador nas entrevistas.

É verdade que você abre o Facebook de alguém da plateia em seu espetáculo?
É isso mesmo. Eu abro o Facebook de uma das pessoas no palco e faço o Facebullying. A premissa do show é não levar nada a sério! Eu provo isso no Facebook, mostrando que todo nós somos ridículos!

O humorista Mauricio Meirelles: “Provo no Facebook que todos somos ridículos” – Foto: Divulgação

Não Leve a Sério, com Mauricio Meirelles
Quando: Sábado, 23h59. 90 min. Até 14/12/2013
Onde: Teatro Jaraguá (r. Martins Fontes, 71, Novotel Jaraguá, metrô República ou Anhangabaú, São Paulo, tel. 0/xx/11 3255-4380)
Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos

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2 Resultados

  1. Felipe disse:

    Acho Dani Calabresa profundamente chata e realmente não consigo rir com nada dela. O Porchat, verdade tem de ser dita, soube como se colocar na mídia porque está quase uma figura onipresente em termos midiáticos; ele é a “bola da vez” em termos de telecomercial.

  2. Felipe disse:

    Retificando: acho a OBRA de Dani Calabresa profundamente chata e realmente não consigo rir com nada dela (obra). Sobre a pessoa dela, não posso falar, pois não a conheço.

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