Juliana Belmonte, a “senhorita musa” do teatro com coragem de sobra para ser uma grande atriz

Musa do Teatro R7: Juliana Belmonte é atriz e acaba de se formar na EAD da USP – Foto: Bob Sousa

Por Miguel Arcanjo Prado
Fotos de Bob Sousa

Juliana Belmonte é linda, articulada, expressiva. Tem carisma. É atriz. É musa. Formou-se há pouco, na turma 61 da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, o mais tradicional reduto teatral do País.

Gosta de ouvir Cindy Lauper e Fatboy Slim. Gosta de ver filme na televisão. De ficar conversando com a mãe. Costuma ler antes de dormir e no metrô. Adorou Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Não liga muito para a vaidade. Ficou impressionada com o filme Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho. Gosta de Fernanda Torres e Andréa Beltrão. E também de Georgette Fadel, Luiz Damasceno e Danilo Grangeia.

Não consegue ser precisa para definir por que faz teatro. “É igual quando você se apaixona por alguém. Você não sabe por que se apaixonou. Você se apaixona e pronto”.

Juliana Belmonte, sobre o teatro: “É como se apaixonar por alguém” – Foto: Bob Sousa

É paulistana, de Santana, na zona norte. Acaba de fazer 30 anos. Idade bonita para uma mulher. O pai, Wagner, era seu apoiador, seu maior fã. Ele se foi cedo. Ela morre de saudade. A mãe ficou de porto-seguro. Maria Teresa Belmonte. É astróloga. Vê futuro bonito para a filha única.

Quando pequena, a mãe falou que ela deveria fazer balé. Preferiu o karatê. Tinha “energia de enfrentamento”. Das artes marciais caiu no teatro por uma dessas coincidências do destino. Foi em uma oficina na Fatec e “tudo começou a fazer sentido”.

De lá, pulou para a escola do ator Ewerton de Castro. Era começo do século 21. Ela era menina, curiosa. Com o pai doente, precisou de bolsa para concluir o curso. Deu certo. Formou-se, entrou para o Teatro de Alvenaria, dirigido por Luciana Baroni. A primeira peça foi Ensaio sobre a Liberdade, apresentada no andar térreo do edifício Copan, pérola de Oscar Niemeyer no centro paulistano. “Ensaiávamos no Minhocão, mas um dia os traficantes nos expulsaram de lá”, lembra.

A atriz Juliana Belmonte estreou no edifício Copan; os ensaios eram no Minhocão – Foto: Bob Sousa

O grupo acabou e ela sentiu “necessidade de crescer intelectualmente”. Do amigo Eduardo Estrela vaio a dica: fazer a EAD. Prestou o vestibular e, em 2009, foi aprovada. “Foi o maior presente da minha vida”.

Lá, abriu a cabeça, teve grandes encontros artísticos, aprendeu muito. De menina virou mulher. “A EAD tem muitas formas de se pensar o teatro. Há o encontro com o outro. Ela aponta caminhos”, diz.

Foi uma das musas de sua peça de formatura, Zucco, dirigida por José Fernando Azevedo. Conta que precisou vencer barreiras para ficar nua em cena. “Quando comecei na EAD, tinha muito medo de me expor. Com o tempo, o trabalho e, sobretudo, a confiança no respeito daquele grupo, eu consegui superar este limite”.

Juliana Belmonte acaba de completar 30 anos, idade bonita para uma mulher – Foto: Bob Sousa

Agora, que fez 30, reflete sobre a vida. “Os amigos estão casando, ganhando grana. E eu estou começando uma carreira de atriz”, diz, pensativa. Mas logo se recupera: “Estou no lugar onde deveria estar. E, mais do que tudo: fazendo o que gosto”. Conta que tem “mais maturidade para olhar as coisas”. Que começa a se entender.

Juliana Belmonte: com o diploma de atriz nas mãos, ela só quer abraçar seu ofício – Foto: Bob Sousa

Com o diploma de atriz na mão, ela quer abraçar seu ofício, seja nos palcos, na televisão ou no cinema. Quer continuar com o grupo que formou na EAD. Por enquanto, descola uma grana em um restaurante no Paraíso. “Meu gerente, o Raniel, é um anjo. É extremamente generoso e me deixa conciliar o teatro e o trabalho lá”.

Ele não é bobo não. Não é sempre que se tem uma musa por perto. E, sobre ter virado Musa do Teatro R7, agradece a todos que estão com ela no barco e brinca: “Agora, meus amigos me chamam de senhorita musa [risos]”.  

A beleza de Juliana Belmonte: “Agora, meus amigos me chamam de ‘senhorita musa'” – Foto: Bob Sousa

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3 Resultados

  1. Felipe disse:

    Só de ler o texto, já a acho “Senhorita Musa”. E das boas. Tenho o CD SHE´S SO UNUSUAL, da Cyndi Lauper, CEM ANOS DE SOLIDÃO é um dos meus livros prediletos – inclusive o tenho – e também amei o filme LAVOURA ARCAICA, ainda que tenha ficado meio chocado com a temática.

  2. Hadassa disse:

    De ficar conversando com a mãe. Costuma ler antes de dormir e no metrô. Adorou Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Não liga muito para a vaidade.Gosta de Andréa Beltrão
    Por que faz teatro?
    “É igual quando você se apaixona por alguém. Você não sabe por que se apaixonou. Você se apaixona e pronto”.
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    Também me identifiquei com essa guria os gostos dela são iguais o meu rsrsrsrs e mais curioso dessa história ela lembra muito uma amiga minha que é atriz tbm coleguinha de profissão da juliana B.
    Ela brasileira mais seu pai e colombiano ela atualmente está fazendo teatro e televisão lá na colômbia na capital bogotá.
    Só lendo a entrevista dá pra vê de cara, essa aí do ramo, é vocacionada para ser ATRIZ parabéns vou ficar de olho nesse nome e sobrenome Juliana Belmonte, sucesso pra ela arcanjo!!!!!

  1. 24/07/2013

    […] Veja ainda: Juliana Belmonte, a "senhorita musa" com coragem para ser atriz […]

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