Por trás do pano – Rapidinhas teatrais

Enquanto o ar está irrespirável, ainda há o riso da criança: peça lembra poesia artesanal – Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Sorriso de criança
Enquanto a rua pega fogo, a coluna tentou achar alguma imagem de esperança trazida pelo teatro. Porque a coisa está difícil. Mas encontrou este sorriso genuíno das crianças que participam do espetáculo Artesão da Alegria. A montagem as faz recordar que o brinquedo artesanal é melhor e bem mais poético que o industrial. A peça infantil circula por quatro cidades do Paraná neste mês, pelo projeto de circulação do Grupo Malasartes no Vale do Ribeira, que levou o Prêmio Funarte Myriam Muniz de 2012. Na obra, as crianças conhecem o ofício de quem constrói brinquedos. E todas colocam a mão na massa. Já foi vista por 10 mil pessoas em mais de 200 apresentações. A direção é de Luis Carlos Teixeira da Silva. No elenco, estão Adriane Havro e Vinícius Mazzon, que fizeram a dramaturgia ao lado do diretor. Ricarod Garanhani assina cenário e figurinos. Já Luciano Coelho fez o vídeo. Ainda há apresentações em Cerro Azul, no dia 20, em Ulysses, no dia 21, em Bocaiúva do Sul nos dias 27 e 28 de junho. Um toque de paz.

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Toque incômodo
Na estreia para convidados da peça Aos Nossos Filhos, no Sesc Santana, na última sexta (7), um celular insistia em tocar nos momentos mais dramáticos da obra. E tocou duas vezes. Uma vergonha.

Saiu à francesa
Após os aplausos às atrizes Maria de Medeiros e Laura Castro em Aos Nosso Filhos, a última chamou ao palco o diretor, João das Neves. Avesso a este tipo de exposição, ele fugiu para o saguão do teatro assim que escutou seu nome no palco. A coluna viu.

A repórter Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo, foi atingid ano olho por bala de borracha disparada pela PM – Foto: Diego Zanchetta/Estadão Conteúdo

Existe Guerra em SP 1
A quinta-feira (13) foi marcada pela violência policial contra manifestantes e a imprensa nas ruas de São Paulo. A manifestação não é só pelo aumento de 20 centavos no transporte público, a discussão vai bem mais além. Além de estudantes, vários artistas do teatro também fizeram parte da manifestação. A coluna falou com vários deles. Todos confirmaram que a polícia, como mostraram as imagens na TV, foi quem começou o confronto e partiu para a violência. A coluna prefere não dar os nomes dos artistas que tomaram as ruas, já que a repressão está de volta, urgindo feito gorila por aí. Assustadoramente.

Existe Guerra em SP 2

Na estreia da peça Uma Vida no Teatro, com Francisco Cuoco e Angelo Paes Leme, na noite desta quinta (13), o assunto no saguão era um só: a guerra em São Paulo entre polícia e manifestantes.

Existe Guerra em SP 3
A grande maioria apoiava o movimento na luta contra o aumento das tarifas do transporte público. “Eles estão mais do que certos”, era a frase que mais se ouvia no saguão do Teatro Vivo.

Existe Guerra em SP 4
As assessoras de imprensa da peça, Célia Forte e Daniela Bustos, ficaram presas no caminho na rua Augusta, no meio do confronto, no qual policiais atiraram balas de borracha e bombas vencidas nos manifestantes. Conseguiram sair ilesas por muito pouco. Chegaram ao teatro assustadas e dando todo o apoio aos manifestantes.

Existe Guerra em SP 5
A estreia da peça Festa no Covil no Sesc Consolação, próximo à rua Maria Antônia, onde houve parte da batalha, precisou ser adiada em 40 minutos por conta da guerra nas ruas.

Enquanto isso, a patriota
Na penúltima sessão da peça WWW para Freedom, no sábado (8), uma espectadora cantou junto com o ator Esio Magalhães o Hino da Proclamação da República, em uma das cenas da peça em que o palhaço Zabobrim ironiza o discurso patriótico bélico. Ela não deve ter entendido nada.

O fim
A coluna termina com estas tristes imagens das ruas de São Paulo. Sem mais.

Imagens da violência policial contra a imprensa e os manifestantes em SP nesta quinta (13) – Montagem/R7

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