Artistas do teatro e jornalistas condenam violência policial contra manifestantes em São Paulo

Imagens da violência policial contra a imprensa e os manifestantes em SP nesta quinta (13) – Montagem/R7

Por Miguel Arcanjo Prado

A violência da polícia contra manifestantes nesta quinta (13) em São Paulo provocou reação da classe artística e da imprensa.

A Cooperativa Paulista de Teatro divulgou nota condenando os “excessos cometidos pela Polícia Militar”. Veja, abaixo:

“A Cooperativa Paulista de Teatro se posiciona veementemente contra os excessos cometidos pela Polícia Militar durante a manifestação pela redução da tarifa dos transportes públicos em São Paulo ocorrida ontem (13/06). É inadmissível que uma instituição criada para promover a segurança da população atue de modo a:

– criminalizar movimentos sociais impedindo o exercício da liberdade de expressão;
– deter manifestantes sob alegação de formação de quadrilha ou porte de vinagre;
– atacar indiscriminadamente manifestantes, civis e imprensa;
– obstruir vias públicas para impedir o acontecimento da manifestação, como fez na Avenida Paulista;

além de inúmeras outras formas de repessão, que têm sido amplamente divulgadas em redes sociais.

Tais excessos demonstram claramente o abuso de poder por parte do Estado, detentor da força bélica, que atuou com o objetivo de reprimir a população ao invés de apenas conter os possíveis infratores presentes entre os manifestantes.

Por isso, a Cooperativa Paulista de Teatro apoia as reivindicações legítimas dos manifestantes e rechaça o retrocesso causado pelas forças repressoras do Estado através da demonstração desmedida de poder.”

Jornalistas presos e vítimas de violência

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo também divulgou nota condenando a violência policial contra a imprensa durante o protesto na esquina de ruas Maria Antônica com Consolação. Veja, abaixo:

A repórter Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo, foi atingid ano olho por bala de borracha disparada pela PM – Foto: Diego Zanchetta/Estadão Conteúdo

“Novas cenas de agressões aos jornalistas foram presenciadas no início da noite desta quinta-feira (13) durante manifestação ocorrida no centro de São Paulo.  O jornalista Piero Locateli, da revista Carta Capital, e o repórter cinematográfico do portal Terra, Fernando Borges, foram vítimas de violência policial. O número de vítimas aumentou com os repórteres da TV Folha, Giuliana Vallone – que levou um tiro de bala de borracha no olho – e Fábio Braga, da Folha Online.

Nas manifestações, foram detidos e agredidos pela Polícia Militar, os profissionais Fernando Mellis, do Portal R7, Leandro Machado, repórter da Folha de S. Paulo, e Leandro Morais, repórter fotográfico do UOL. O repórter do jornal Metro, Henrique Beirange, foi atingido por um jato de spray de pimenta. Já o repórter do Portal Terra, Vagner Magalhães, levou um golpe de cacetete de um policial militar, enquanto seu colega, o fotógrafo, Fernando Borges, também foi detido e ficou preso por 40 minutos.

A entidade também exigiu a libertação do jornalista Pedro Ribeiro Nogueira [libertado nesta sexta (14)], do Portal Aprendiz, detido arbitrariamente durante os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público na noite de terça-feira (11) e solicitou às autoridades garantia de integridade física e direito à liberdade de imprensa aos profissionais de imprensa que trabalham na cobertura jornalística das manifestações.

Prevendo novos conflitos, a direção do SJSP enviou ofício à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Tribunal de Justiça de São Paulo, Ouvidoria das Polícias de São Paulo, Corregedoria das Polícias Civil e Militar, Comandos da PM e GCM, ao Palácio dos Bandeirantes, ALESP, entre outros, exigindo providências contra as arbitrariedades ocorridas contra os jornalistas. Este é o teor do documento:

‘Tendo em vista que muitos jornalistas foram agredidos e detidos por autoridades policiais enquanto realizavam seu trabalho jornalístico, fato ocorrido na última manifestação e amplamente divulgado pela imprensa, solicitamos garantia à integridade física e o direito à Liberdade de Imprensa aos Jornalistas que cobrem o evento para que possam trabalhar sem o “risco” de serem detidos ilegalmente ou constrangidos no exercício da função de informar o cidadão sobre este acontecimento de importância pública relevante.

Conforme assegura a Constituição Federal, a Liberdade de Imprensa e o Direito à Informação são requisitos fundamentais da democracia e dos princípios republicanos que norteiam o Estado brasileiro e o trabalho do jornalista tem por objetivo cobrir e dar publicidade imparcial aos fatos ocorridos’.”

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2 Resultados

  1. Felipe disse:

    Só corrigir a legenda da foto da jornalista do olho ensanguentado. Por uma questão de digitação, ficou “atingid ano olho”, quando deveria ser “atingida no olho”.

  2. Felipe disse:

    Nossa, Miguel! Estou chocado que eu fui o único a comentar esse “post”. Uma matéria tão importante quanto esta! Realmente não consigo compreender. Vai ver que é exatamente por isso que a situação chegou nesse nível.

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