Entrevista de Quinta: Fabiano Augusto, o moço do comercial que faz teatro em prol das crianças

 

O ator Fabiano Augusto veste a camisa de sua causa social no palco: espetáculo da noite desta quinta no Teatro das Artes terá toda a renda revertida para a Casa do Zezinho – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

O ator Fabiano Augusto é rosto conhecido de todo o Brasil, por conta de sua participação nos comerciais de uma loja de móveis e eletroeletrônicos, da qual foi garoto propaganda exclusivo por cinco anos e ainda faz comerciais esporádicos.

O que nem todo mundo sabe é que ele também é ator e cantor. E muita gente se surpreende ao vê-lo em cena.

Na noite desta quinta (18), ele sobe ao palco do Teatro das Artes, no shopping Eldorado, em São Paulo, para uma apresentação especial do musical infanto-juvenil A História do Incrível Peixe-Orelha.

Toda a renda será revertida para a Casa do Zezinho, entidade fundada em 1994 e que atende 1.200 crianças em situação de risco por ano, no Parque Santo Antônio, bairro da zona sul de São Paulo. O espetáculo começa às 20h e todos pagarão meia-entrada de R$ 25.

A montagem ajuda a conscientizar as crianças sobre a importância de se preservar a água, recurso primordial para a vida na Terra. No elenco, além de Fabiano Augusto, estão Alessandra Vertamatti, Luciana Ramanzini, Mariana Elisabetsky, Demian Pinto, Edgar Bustamante. A direção é de Kleber Montanheiro, com adaptação do dramaturgo Paulo Rogério Lopes para o conto de Edson Natale. A peça levou o Prêmio APCA 2012 de melhor figurino e cenário.

Pouco antes de sair para o teatro, Fabiano Augusto conversou com o Atores & Bastidores do R7 nesta Entrevista de Quinta, na qual falou sobre o projeto que embala com tanto carinho.

Cena do musical infantil – Foto: João Caldas

Leia com toda a calma do mundo:

Miguel Arcanjo Prado – Vocês já apresentaram o espetáculos para as crianças da Casa do Zezinho?
Fabiano Augusto – Sim, e foi lindo. Hoje, eles vão tocar com a gente a última música. Apresentar para eles é sempre incrível. Eles estão muito abertos e a reação é completamente diferente. Muitos deles foram ao teatro pela primeira vez. É muito bom ver reações de falar junto, de participar, de questionar alto. É tudo muito vibrante.

Como surgiu a ideia de fazer o espetáculo com renda revertida para a Casa do Zezinho?
Conheço a entidade desde quando trabalhava na TV Cultura e fiz uma reportagem sobre eles há mais de dez anos. Fiquei com isso na cabeça. Ano passado, comecei a conhecer mais de ir lá e ver como eram as coisas. Fiquei impressionado com o trabalho da Tia Dag, que é a fundadora, e o trabalho que ela faz com os meninos. São mais de 1.000 crianças e jovens de idades variadas. E o mais impressionante é ver ex-integrantes da casa se tornando jornalista, professor ou músico. Não é um trabalho só assistencial, mas de educação continuada mesmo.

Eles têm uma orquestra?
Sim. E é ela quem vai tocar hoje com a gente no espetáculo. Eu fiquei impressionado com a orquestra Toca Zezinho. Ela está ameaçado a acabar por falta de dinheiro. Houve uma união de todos nós: a produtora, o autor, o dono do teatro, a equipe técnica. Todo mundo está trabalhando hoje à noite na camaradagem. Por isso, convido a todos irem para contribuir para uma causa tão importante.

O que você acha de o teatro fazer ações deste tipo, que saem do discurso social e vão para a prática?
Eu acho que isso é embrião de um projeto maior de teatro com renda revertida. Acho isso fundamental. Acho que é um desejo de todos nós artistas de fazer alguma coisa. Não consigo ficar tranquilo no carro vendo criança pedir dinheiro. Estou tentando fazer com o meu trabalho o que eu posso fazer.

O espetáculo vai continuar?
Demos uma parada agora, porque os atores terão outros trabalhos. Mas queremos voltar no segundo semestre. Mas vamos ainda circular pelo Projeto da Apa pelo interior de São Paulo, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura.

Você vai fazer outra peça?
Vou fazer o musical Enlace – A Loja do Ourives nas capitais e no Rio, onde estreamos em 5 de julho. Mas vou para o Rio começar os ensaios em duas semanas.

Você fez durante muito tempo um comercial marcante na TV. As crianças lhe reconhecem?
Nesse espetáculo, em especial, estou completamente irreconhecível. O que era uma coisa engraçada é que quando fiz o Enlace, tinha gente que falava: “olha, ele é ator e cantor”. Fiz o comercial por cinco anos, de 2002 a 2007, e voltei há um mês, mas dessa vez para fazer trabalhos esporádicos, sem ser contratado exclusivo. A gente fica muito massificado por conta do comercial. E com a imagem ligada a uma empresa. Então, fazer teatro é bom para reverter tudo isso. Eu vejo como essa imagem se desmancha quando as pessoas me veem em cena. E fico muito feliz com isso!

Fabiano Augusto (no centro), à frente do elenco do musical A História do Incrível Peixe-Orelha, que será apresentado nesta quinta (18), no Teatro das Artes, em SP; renda será revertida para a Casa do Zezinho – Foto: João Caldas

Curta nossa página no Facebook!

Veja a cobertura completa do R7 do Festival de Curitiba

Leia também:

Fique por dentro do que rola no mundo teatral

Descubra tudo o que as misses aprontam

Tudo que você quer ler está em um só lugar. Veja só!

Please follow and like us:

1 Resultado

  1. Felipe disse:

    Excelentes as fotos de João Caldas. Aplausos a Fabiano Augusto pela iniciativa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *