Em show carregado de emoção, Phedra de Córdoba mostra por que é a grande diva das Satyrianas
Por Miguel Arcanjo Prado
Phedra de Córdoba é diva da praça Roosevelt, reduto do teatro alternativo de São Paulo. Isso não se discute.
Quem não entende bem o porquê de tal título, deveria tê-la visto em cena, em seu show nas Satyrianas, dentro do projeto X-Mix, espaço aberto à diversidade sexual dentro do evento. Certamente compreenderia tudo.
Na reta final da maratona de 78 horas de atividades culturais, Phedra surge no palco do Espaço dos Satyros 1, já no fim da noite de domingo (4), com entrada esplendorosa.
Apesar do nervosismo típico de uma estrela aguardada – ela encerrou o projeto -, mostra domínio cênico logo na entrada, cantarolando sua música composta por Luiz Pinheiro, aquela com o refrão: “Phedra De Córdoba, Cuba libre, tórrida… Colibri, jatobá, loba!”.
Olhar para Phedra em cena, à vontade, aos 74 anos, fazendo o que bem entende, cheia de emoção, é compreender sua história. A de uma cubana que, ainda um menino chamado Felipe, fugiu da da ilha, antes de Fidel Castro fazer sua revolução.
Phedra rodou o mundo até chegar ao Brasil. Vive a dor e a delícia de ser uma artista.
Com pequenos textos somados a canções que passaram por latinos como o bolero e o tango, Phedra dá pinceladas da trajetória impressionante que traçou para si.
Diante dos tropeços técnicos inevitáveis, mantém aquela classe de estrelas que já não se fazem mais. Brinca com o imprevisto e cativa.
Ver seu show é viajar no tempo. Phedra sabe olhar para seu público, seduzi-lo.
Faz gracejos com o microfone, afastando-o, elegantemente, nas notas mais agudas. Rodopia com a certeza do efeito provocado. Faz dos braços asas de sua fantasia.
Ver o show de Phedra é entender a vida do artista alternativo. Phedra é a grande metáfora da praça Roosevelt, reinventada pela arte.
Phedra se reiventa a cada dia. E nunca duvida de quem é. Por isso é diva. Por isso merece aplauso.
Leia o perfil de Phedra De Córdoba
Veja a cobertura do R7 das Satyrianas!
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