De Matarazzo a guerreiro de Rei Davi, Eduardo Semerjian mostra versatilidade no teatro e na TV

Eduardo Semerjian de cara limpa e como Eliã, de Rei Davi - Fotos:Heloísa Bortz e Michel Ângelo/Record

Por Miguel Arcanjo Prado

Os amigos costumam dizer que Eduardo Semerjian é pé-quente. Afinal, ele foi do milionário André Matarazzo, em Maysa (Globo), ao guerreiro hebreu Eliã, de Rei Davi (Record). Coincidência ou não, ambas as minisséries ficaram em primeiro lugar no Ibope e repercutiram.

Aos 46 anos, o ator é um paulistano típico, fruto de uma mistura de armênios, sírios, portugueses e italianos. O pai chegou a lutar na Revolução Constitucionalista de 1932.

Edu, como os íntimos o chamam, foi criado em um ponto clássico de São Paulo: a rua Augusta. Menino, se encantava com a movimentação no Teatro Record, localizado no número 973, quase em frente a seu prédio. Via as estrelas dos festivais, e os olhos brilhavam. Outra lembrança é o tricampeonato da seleção na Copa do México, em 1970. Juntou-se à massa na rua.

— Nessa época eu era cabeludo, magrinho e bobo.

A adolescência terminou em um mar de indecisão. Quase foi um monte de coisa, mas se formou em comércio exterior. E ainda fez pós-graduação em marketing. Mas não ficou feliz.

— Estava sempre insatisfeito. Aí, resolvi parar com tudo por um tempo e ficar quieto.

Foi quando fez um curso livre de teatro. Apaixonou-se. Daí prestou exame e entrou na Escola de Arte Dramática da USP (Universidade de São Paulo), de onde seguiu para a companhia Boi Voador. A mãe, hoje fã, num primeiro momento achou que o filho “estava louco”.

Na década de 1990 foi complicada. Fez apenas quatro peças. Mas a virada veio em 1999, quando o papel de Ricardo Reis na peça O Fingidor lhe deu um norte.

Com 21 peças no currículo, está atualmente em cartaz na comédia Pessoas Absurdas, no Teatro Jaraguá, no centro de São Paulo. Conjugou os ensaios com as gravações na TV. Mas não reclama.

— Estou em uma fase muito boa.

Eduardo Semerjian, de branco, posa com o elenco de Pessoas Absurdas - Foto: Luciana Serra

Fez participações em filmes importantes do cinema recente, como Nina e Olga, de 2004, e Meu País, de 2011, no qual trocou figurinhas com Rodrigo Santoro no set.

A TV veio por acaso. Foi com um amigo a um teste e acabou entrando na série Carandiru – Outras Histórias. Em Maysa, um amigo lhe disse que tinha um perfil que estavam buscando. Mal fazia ideia de que o diretor, Jayme Monjardim, era filho de seu personagem com da protagonista vivida por Larissa Maciel.

— Só soube que o Jayme era filho da Maysa quando ele me falou que, finalmente, havia encontrado alguém para viver o pai dele, o André Matarazzo.

Coisas da vida.

Maysa possibilitou a Semerjian coisas importantes, como viajar para Veneza, trabalhar com Paulo José, que preparou o elenco, e conhecer o autor Manoel Carlos, de quem guarda doces lembranças de uma roda de conversa inesquecível nos bastidores. E lhe deu o reconhecimento do público.

— Tudo aconteceu rápido. Pensei que fosse até render mais coisas na TV imediatamente, mas acabou não pintando. Aprendi também a lidar com isso.

Após Maysa, saiu da Cia. Arnesto nos Convidou, da qual foi um dos fundadores, e iniciou voo solo de ator no teatro.

— Depois de Maysa, nunca parei de trabalhar. Na TV, fiz Bela, a Feia e Rei Davi, na Record. No teatro, fiz coisas importantes também.

Eduardo Semerjian em cenas com Larissa Maciel na minissérie Maysa - Fotos: Renato Rocha Miranda

Quando questionado o que espera para o futuro, é simples e sincero.

— Sonho em engatar um trabalho atrás do outro, sempre com teatro envolvido, mas também fazendo cinema e TV. Algo que me possa me sustentar de maneira decente, fazendo o que amo.

E tenta esclarecer, de uma vez por todas, uma dúvida que lhe persegue: a cor de seus olhos.

—Eu ainda acho que é verde. Mas muita gente me diz que é azul [risos].

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