Mineiros do Quatroloscinco não conseguem resolver cubo mágico no Festival de Curitiba
CURITIBA (PR) – A turma mineira do Quatroloscinco – Teatro do Comum resolveu levar ao Festival de Curitiba um espetáculo que é um recorte de tudo que passou pela cabeça da trupe durante quatro meses de criação coletiva, Outro Lado.
Utilizando um cubo mágico como metáfora, eles falam daquilo que lhes interessa, não se importando com que o todo faça algum sentido para o público.
Calcado no fragmentado texto construído pelo elenco, a montagem deixa de lado o trabalho corporal do ator, tornado seus intérpretes meras máquinas de falar.
A obra apresentada na mostra paralela Fringe reflete falta de ordem na dramaturgia, assinada por Assis Benevenuto e Marcos Coletta, que também estão em cena.
A direção, feita também em grupo, reforça tal percepção. Ítalo Laureano e Rejane Faria, na pele de uma carismática cantora, completam o grupo no palco.
Falta à peça um olhar de fora, talvez menos condescendente, que tentasse pelo menos dar alguma conexão à infinidade de propostas, como a do cubo mágico, antes tão importante no discurso, mas que é resolvido no meio da peça e logo é embaralhado outra vez, tal qual a montagem que representa.
O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
Outro Lado
Avaliação: regular
Quando: sábado (7), às 19h30; domingo (8), às 14h (últimas apresentações)
Onde: Teatro Novelas Curitibanas (r. Pres. Carlos Cavalcanti, 1222, Curitiba)
Quanto: R$ 10
Classificação: 12 anos
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Assim disse um amante de comédia pastelão.
acho que falta maturidade a muitos atores que pensam que precisam escrever suas próprias pecas.
o texto deste espetáculo é interessantíssimo, e os atores muito consistentes. o problema é que muita gente tem preguiça de construir raciocínios, e prefere receber tudo mastigado. para estas pessoas, realmente, este espetáculo é intragável, assim como qualquer arte que vá além do puro entretenimento.