Juliana Galdino chora ao se despedir de seu macaco falante em interpretação consagradora
Foi com lágrimas nos olhos que Juliana Galdino ouviu os aplausos incessantes ao fim da temporada do espetáculo Comunicação a uma Academia, na semana passada, no Club Noir da rua Augusta, em São Paulo.
A obra, sobre um macaco que explica à banca formada pela diminuta plateia como se tornou humano, elevou a atriz ao patamar das grandes intérpretes do teatro brasileiro contemporâneo.
Em um trabalho primoroso de caracterização, voz e composição de personagem, Juliana fez, a cada sessão do espetáculo dirigido por Roberto Alvim, o público acreditar piamente que ela era o macaco que aprendeu o comportamento dos homens criado por ninguém menos que Franz Kafka.
A direção cuidadosa acertou na iluminação que reforça a caracterização da personagem e, muitas vezes, assusta o público. Zé Geraldo Jr., no papel do silencioso guarda à espreita da fala do animal, também acerta nos movimentos mínimos que denotam a opressão e a desconfiança sob a qual o tal macaco, mesmo já humano (será mesmo?), ainda vive.
Tomara que Alvim e Juliana mudem de ideia e voltem em breve ao cartaz com este belo, intrigante e tocante espetáculo.
Comunicação a uma Academia
Avaliação: ótimo