Inspirado no clássico de Hitchcock com casal gay assassino, Festim Diabólico encerra temporada

Alexandre Barros e André Fusko vivem casal gay assassino no espetáculo

Por Miguel Arcanjo Prado

Em 1949, o mestre Alfred Hitchcock levou o jogo de suspense psicológico até as últimas consequências no filme Festim Diabólico. A obra, um de seus clássicos, atravessa gerações e é essa qualidade ímpar que possibilitou a montagem do texto pela primeira vez em São Paulo.

Idealizado pelo ator Alexandre Barros, que se empolgou ao ver o filme e quis trazer reviver a história no tablado, Festim Diabólico encerra temporada neste fim de semana no Teatro Nair Bello, em São Paulo.

O texto original, sobre um obscuro e fútil assassinato, é baseado em um caso verídico, transformado no espetáculo teatral Rope (Corda) em 1929 pelo inglês Patrick Hamilton (1904-1962).

Mas foi a versão nas telonas de Hitchcock que consagrou a obra mundialmente e chamou a atenção da crítica especializada, sobretudo pelos incríveis planos-sequências.

Na versão teatral brasileira, o diretor de cinema Carlos Porto de Andrade Jr., estreante nos palcos,  imprime sua experiência cinematográfica à cena, com a assistência do jovem diretor teatral Eduardo de Santhiago.

Alexandre Barros e André Fusko vivem um casal gay que comete um assassinato frívolo e, depois, dão uma festa aos amigos, na qual estão presentes o pai, a noiva e até o ex-professor do morto, que terá papel crucial para que o crime seja decifrado.

Enquanto o arrogante personagem de Barros consegue manter a frieza em seu jogo psicológico macabro, o solar personagem de Fusko demonstra um frenesi logo suplantado pelo medo de serem pegos, reforçado pela culpa.

Patrícia Vilela se destaca como a empregada da casa, verdadeira conhecedora dos segredos dos convidados e anfitriões. Em um registro diferente do restante do elenco, mais introspectivo e soturno, sua construção cênica é perceptível e digna de aplausos.

Completam o elenco André Hendges, Carlos Capeletti,  Luli Miller e Ricardo Homuth. Ricardo Martinucci assina o cinematográfico desenho de luz. Já o sombrio cenário, que ajuda o público a embarcar no clima de suspense, é obra de AbyCohen e Lee Dawkins, que também vestiram os atores.

A obra tem como mérito trazer para os palcos um estilo pouco visto em nossos palcos, o suspense, mas não chega de todo ao nível de tensão que Hitchcock concedeu a seu filme.

Festim Diabólico
Avaliação: bom
Quando: sábado, às 21h30, e domingo, às 18h. Até 18/3/2012
Onde: Teatro Nair Bello (r. Frei Caneca, 569, 3° andar, Shopping Frei Caneca, São Paulo; tel. 0/xx/11 3472-2414)
Quanto: R$ 40
Classificação: 16 anos

Veja o que gente importante do teatro disse ao blog!

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2 Resultados

  1. Solange Teodora disse:

    esse filme do hitchcock é o meu preferido pelo modo como ele vai levando o suspense do que pode acontecer do início ao fim. vou tentar ver a peca amanha. nao sabia que estava em cartaz. parabéns pelo blog!

  2. Lucas disse:

    deu vontade de ver. é de dar medo???

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