Cruel coloca público para aplaudir superação do ator Reynaldo Gianecchini

Manoella, Giane e Marmo: um trio cheio de amor e ódio - Foto: João Caldas

Após lutar bravamente contra o câncer nos últimos oito meses, Reynaldo Gianecchini está de volta aos palcos.

Com um texto dramático do sueco August Strindgerg (1849-1912), criador do teatro moderno, Cruel apresenta, no Teatro Faap, em São Paulo, a história de um intrigante triângulo amoroso.

Precursor dos realities dos dias atuais, Strindberg colocou o espectador pela primeira vez em uma sala escura para ver a vida alheia em um palco iluminado.

E é esta a sensação da plateia do espetáculo ao ver Maria Manoella trancada em um quarto, na pele da sedutora Tekla, a mulher que se divide entre dois homens, o forasteiro vingativo e manipulador, vivido por Gianecchini, e seu inseguro marido, Adolfo, interpretado por Erik Marmo.

Adaptador do texto, o tarimbado diretor Elias Andreato é quem conduz o trio em um rebuscado cenário de Fábio Namatame, que também assina os figurinos que remetem à moda do fim do século 19.

A produção cuidadosa de Célia Forte e Selma Morente, dupla de peso no mercado teatral paulistano, tem envolvente luz de Wagner Freire e trilha sonora composta especialmente para a montagem por Daniel Maia.

A preparadora de elenco Vivien Buckup (filha de Eva Wilma e John Herbert) foi quem ajudou os atores na composição dos personagens.

Tamanha dedicação é percebida no palco.

Galãs da TV, Gianecchini e Marmo têm na montagem a possibilidade de demonstrar talento dramático que vai além do que estamos acostumados a ver nas novelas.  Tal esforço é percebido. Os dois atores ficam mais intensos quando contracenam com Maria Manoella, bastante segura de sua personagem e a melhor em cena.

Contudo, o grande trunfo da montagem é o inteligente texto, com um jogo de palavras desestabiliza os personagens, levando-os a ações impensadas e irremediáveis diante dos olhos da plateia. E, nesta volta ao cartaz após oito meses de interrupção, o exemplo de superação de Gianecchini é o grande foco que faz a plateia ter uma emoção a mais diante do ator guerreiro.

Cruel
Avaliação: bom
Quando: segunda e terça, às 21h. Até 15/5/2012
Onde: Teatro Faap (r. Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, tel. 0/xx/11 3662-7233
Quanto: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
Classificação: 14 anos

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5 Resultados

  1. Giuseppe Oristanio disse:

    Conheço muito pouco o Ginanecchini, mas já tive oportunidade de dizer pessoalmente a ele o quanto acho o cara bonito – e o camarada é lindo mesmo. E eu não tenho problemas em achar homem bonito, pessoas bonitas. Nem de achar e nem de falar. É comum eu parar pessoas na rua e dizer: ” Parabéns, a senhora tá com um cabelo lindo! ” …” Deus te conserve, menina, vai er bonita assim la longe…!” ….eu falo porque acho que as pessoas merecem ouvir e faz bem pra todo mundo um elogio.
    No caso especial do Gianecchini, além de bonito, ele me parece legal e inteligente. Partiu para o teatro, misturou-se aos menos bonitos, tornou-se mais humano. E viveu humanamente esse problema de saúde, com coragem, humildade e clareza. Isso, pra mim, o torna admirável.
    E eu torço por ele como ator, como pessoa, como personalidade que pode dar bons exemplos de humildade a muita gente.
    Evoé, Gianne.
    Bem-vindo de volta aos palcos, que sempre receberá de braços abertos a todos que reverenciam aquela sagrada caixa preta.

  2. Isabela disse:

    parabéns ao giane por essa verdadeira licao de vida que deu a todos nós!!!

  3. Tibério Cruz disse:

    Gianecchini é um ser iluminado. Ele provou isso na forma corajosa que lutou contra o câncer e nesta volta bonita aos palcos. Parabéns a ele!

  4. Isadora disse:

    quero muito ver essa peca e poder também aplaudir o giane!!!!

  5. Marcinho disse:

    Muito se fala nesse retorno do ator, na sua luta por sobrevivência, muito louvável é verdade, todos torcemos por ele, isso é fato !

    Mas vejo com exagero as diversas manifestações, a verdade é que ele continua sendo o ator limitado que sempre foi, não façamos com que essa doença o transforme num Paulo Autran, porque nunca o será !

    Só falta a Grazi Massafera passar pelo mesmo e depois ser considerada um Fernanda Montenegro…não dá né ?

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