Beijo gay inferniza vida de jovem no Arena
Nelson Rodrigues sabia das coisas. Cerca de 50 anos antes de se discutir o famigerado beijo gay na TV, ele criou, em 1961, o espetáculo O Beijo no Asfalto, no qual um beijo entre dois homens é capaz de desestabilizar toda uma família.
A nova montagem do texto, no histórico Teatro de Arena, celebra os 100 anos do jornalista e dramaturgo, com direção de Marco Antônio Braz, o maior especialista em peças de Rodrigues.
O enredo se passa depois que o jovem Arandir, vivido por Hudson Senna, beija na boca um jovem desconhecido que acabara de ser atropelado no centro do Rio.
O problema é que um inescrupuloso repórter, interpretado em tintas fortes por Élcio Nogueira, presencia a cena e resolve transformá-la em manchete de jornal.
A partir daí a vida de Arandir vira um verdadeiro inferno. Seu casamento com Selminha (Gabriela Fontana) começa a desandar, sobretudo com a ajuda da irmã jovenzinha Dália (Lívia Ziotti), apaixonada pelo cunhado.
O destaque do elenco é o veterano Renato Borghi, que interpreta o confuso sogro de Arandir, Aprígio, que guarda o melhor segredo da peça.
O Beijo no Asfalto é o melhor do teatro trágico de Nelson Rodrigues em um dos mais importantes palcos no teatro brasileiro.
O Beijo no Asfalto
Avaliação: bom
Quando: sexta, 21h30. Até 30/3/2012.
Onde: Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Dr. Teodoro Baima, 94, Consolação, Metrô República, tel. 0/xx/11 3256-9463)
Quanto: R$ 20
Classificação: 14 anos