Satyros misturam vida, depressão e tecnologia

Largados no mundo: Satyros reúne marginalizados no palco - Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Que a Cia. Os Satyros é um dos principais grupos teatrais da cena alternativa paulistana ninguém questiona.

Contudo, ficar preso ao estereótipo do marginal pode ser um deslize cometido pela celebrada companhia em seu espetáculo Cabaret Stravaganza, em cartaz no Espaço dos Satyros Um, em São Paulo.

Um certo deslumbramento tecnológico paira sobre a montagem . Contudo, são em alguns pequenos momentos calcados no trabalho de ator que ela consegue conquistar, bem mais do que a parafernália tecnológica, o espectador da diminuta sala.

Na montagem que contou com a colaboração do elenco na construção da dramaturgia de Maria Shu sob direção de Rodolfo García Vázquez, os artistas surgem logo de cara, em um baile no qual integrantes da plateia são convidados a participar.

Depois, o elenco de 12 atores começa a desfilar pequenas e humanas histórias, nas quais o apêndice do corpo é a máquina tecnológica que, com o tempo, vai se naturalizando e integrando-se na nossa cotidianidade urbana.

Na miscelânea de cenas, algumas se destacam, como Phedra De Córdoba na pele da velha bruxa com seus cestos de maçãs. Outras são quase patéticas, como quando um dos atores começa a mostrar fotos de sua lua de mel europeia, repleta do sonho de felicidade assassinado pela noiva que o deixou.

Para quem já está acostumado a frequentar a praça Roosevelt, lugar antes sombrio e que se tornou point teatral e cultural do centro graças ao grupo, a peça soa como mais do mesmo. Já para quem está acostumado a ver o teatrão comercial, esta pode ser uma boa pedida para ver algo diferente a um preço camarada.

Cabaret Stravaganza
Avaliação: regular
Quando: quinta a sábado, às 21h. (sem previsão de término da temporada).
Onde: Espaço dos Satyros Um (pça. Roosevelt, 214, Consolação, Metrô República, tel. 0/xx/11 3258-6345)
Quanto: R$ 20
Classificação: 16 anos

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3 Resultados

  1. pedro oliveira disse:

    phedra é diva!!!!

  2. mariana disse:

    Desculpe, mas acho um infeliz comentário sobre o espetáculo. Rotular os personagens como o deprimido, o solitário é mostrar o quão limitado e com falta de bom senso o senhor é, merecedor de avaliar peças de amigos globais ou ex big brothers.

    Quem ainda não assistiu o espetáculo deve ver com os proprios olhos o trabalho digno desta companhia que a cada espetáculo traz discursos dos quais atravessam e reviram o que há de mais belo e mais escondido dentro de nós.

    Se é para avaliar sua crítica e o Senhor, a rotularei como “o superficial”.

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